Estrelas, planetas rochosos e gasosos, planetas anões, satélites, cometas e asteroides… Quais as diferenças entre todos eles? Chegou a hora de tirar todas as suas dúvidas e saber quem é quem neste verdadeiro zoológico espacial. Então, sem mais demora, vamos logo a classificação desses “bichos”!
O Sol é uma estrela – uma estrela anã. Existem estrelas de volumes, massas e cores variadas. Mas há algo em comum a todas elas. As estrelas são constituídas, em sua maior parte, de hidrogênio e o hélio. Esses gases estão na forma de plasma, o quarto estado da matéria. Toda estrela é um corpo celeste feito de plasma que se mantém coeso devido a força gravitacional de sua enorme massa.
Mais uma coisa: em qualquer estrela ocorrem reações termonucleares. Reações no núcleo do átomo, convertendo hidrogênio em hélio (e hélio em outros elementos) com enorme liberação de energia. As estrelas emitem radiação eletromagnética (luz visível, radiação e calor) em quantidades extraordinárias.
Estrelas não são habitáveis, mas graças a elas a vida pode surgir em algum planeta ao redor.
Planetas não emitem luz e radiação como as estrelas. Mas, além disso, para que um corpo celeste ser chamado de planeta ele deve:
1) estar em órbita ao redor do Sol,
2) ter uma forma arredondada e
3) ser o objeto de dimensão predominante entre os demais que estiverem em órbitas vizinhas.
O resultado prático dessa definição é que o Sistema Solar fica com oito planetas: Mercúrio, Vênus, Terra, Marte, Júpiter, Saturno, Urano e Netuno.
Plutão, que foi descoberto em 1930, possui características físicas e orbitais que só recentemente foram melhor compreendidas pelos astrônomos. Por isso ele passa a integrar uma nova classe de objetos, os planetas anões. Pela definição, o Sistema Solar tem hoje cinco planetas anões: Plutão, Ceres, Éris, Haumea e Makemake. Esses astros não se encaixam no item 3 da definição de planeta apresentada acima.
Do latim Tellus, sinônimo de Terra. São planetas rochosos como o nosso e que estão mais próximos do Sol. Além da Terra, Mercúrio, Vênus e Marte são planetas telúricos.PLANETAS GIGANTES
Também chamados de Jovianos, em alusão a Júpiter. São gigantes gasosos, planetas enormes compostos sobretudo por gás, em vez de matéria sólida, como os telúricos.PLANETAS ANÕES
Semelhante aos telúricos, mas pequeninos e, por isso mesmo, com influência gravitacional reduzida, não sendo capazes de “limpar” sua vizinhança orbital, que muitas vezes é compartilhada por vários corpos de dimensões comparáveis.
Planetas extrasolares
A definição de planeta, porém, foi pensada para o Sistema Solar. Para os planetas fora do domínio do Sol – os chamados extrasolares ou exoplanetas – as peculiaridades de cada sistema devem ser levadas em conta. Em comum a todos os planetas está o fato desses astros não produzirem energia por meio de reações termonucleares (como fazem as estrelas).
No final, contexto e localização definem quem é planeta e quem não é. E no reino das outras estrelas os astrônomos já identificaram tipos curiosos, como a Superterra – nada mais que um planeta rochoso maior que o nosso; o Júpiter quente – um gigante gasoso cuja órbita situa-se muito próxima de sua estrela-mãe, o que torna sua atmosfera turbulenta e aquecida; e também os planetas livres ou flutuantes – como são chamados aqueles que não giram em torno de nenhuma estrela e simplesmente vagam livres pelo espaço.
Os satélites naturais (também chamados luas) são corpos celestes que circulam em torno de um planeta. Satélites não estão em órbita de uma estrela, mas podem ser arredondados ou não. As luas de Marte, por exemplo, são irregulares.
A Lua é um satélite da Terra. O centro de gravidade do sistema Terra-Lua fica abaixo da superfície terrestre (embora distante do centro da Terra). No caso dos satélites de Júpiter, o centro de gravidade fica bem mais perto do centro desse planeta.
Se as massas de dois astros forem tais que o centro de gravidade fique a meio caminho entre eles, com num haltere, teremos um sistema planetário duplo – e nenhum satélite.
Os satélites são sempre menos maciços (e menores) que os planetas em torno dos quais orbitam. Porém, isoladamente, um satélite pode ser maior que um planeta. É o caso, por exemplo, de uma das luas de Saturno, Titã – maior que o planeta Mercúrio.
Asteroides são corpos rochosos que estão em órbita do Sol, mas são pequenos e têm formas irregulares. Às vezes são chamados de planetoides. Os asteroides são feitos do material remanescente da formação do Sistema Solar.
Os que estão situados logo após a órbita de Marte, no chamado Cinturão Principal, são provavelmente restos de matéria que nunca conseguiu se agregar para formar um planeta, devido a influência gravitacional de Júpiter.
Asteroide vem do grego aster, estrela, e oide, sufixo que indica semelhança. Isso se deveu as primeiras observações desses objetos, no século XIX. Na prática não existe tal similaridade.
Estima-se que existam mais de 400 mil asteroides com diâmetro superior a 1 km. Foram catalogados pouco mais de 3 mil. Há um segundo cinturão de Asteroides depois da órbita de Netuno, chamado Cinturão de Kuiper, mas esses objetos devem ter algumas características distintas daqueles do Cinturão Principal.
Cometas são ainda menores que asteroides e também são lembranças da época da formação do Sistema Solar. Verdadeiros fósseis espaciais, os cometas, no entanto, se desgastam a cada passagem, ao exibir suas caudas que nada mais são que material de seu próprio núcleo, uma “bola de gelo suja” de dióxido de carbono, metano, amônia, água e alguns minerais.
Nunca confunda cometas com meteoros, que são as populares “estrelas cadentes”. Embora também venham do espaço, o meteoro é um fenômeno atmosférico. Eles riscam um céu com velocidade, todas as noites, sendo visíveis no máximo por alguns segundos.
Cometas são corpos celestes que giram em torno do Sol como os planetas e asteroides, exibindo uma ou mais caudas quando se aproximam do astro-rei. Cometas são visíveis no céu por semanas ou meses. Eles não “passam voando”.
+ Planetas extrasolares
+ O Cinturão de Kuiper