Praticamente todos os povos da Terra deram nomes e inventaram histórias sobre as estrelas. Às vezes essas lendas falavam sobre grupos de estrelas que recordavam algo familiar. Pessoas de diferentes lugares, que viveram em diferentes épocas, muitas vezes escolhiam um mesmo grupo de estrelas para contar uma história, sua própria história.
Assim surgiram as constelações. Mais que um mero depositório de lendas, as figuras no céu ajudavam os povos antigos em suas atividades agrícolas e náuticas. As constelações mais antigas que se tem notícia foram criadas pelos babilônicos, povos que habitavam a Mesopotâmia, região entre os rios Tigre e Eufrates (hoje Iraque).
Havia dois sistemas, o zodiacal, relacionado à agricultura, e o equatorial, ligado à navegação. Para determinar o início das estações (e a melhor época do ano para o plantio e a colheita) eram utilizadas as constelações do sistema zodiacal.
Zodíaco
A palavra zodíaco vem do grego zodion, animal, e kyklos, círculo. Nos primeiros zodíacos havia apenas dez constelações: Touro, Gêmeos, Leão, Virgem, Escorpião, Sagitário, Capricórnio, Aquário, Peixes e Áries. Depois foram introduzidos Câncer e Balança, fazendo o zodíaco ter um número de partes igual ao numero de meses do ano.
Os nomes das constelações eram associados à mitologia de cada civilização. Era um modo eficiente de transmitir as descrições do céu de geração em geração – mas também uma série de superstições usadas para explicar tudo àquilo que não se conseguia entender racionalmente.
Foi assim que surgiu a idolatria dos astros. A Lua, dona da noite, o Sol, senhor do dia, e até algumas estrelas que teimavam em surgir no céu no tempo das secas ou enchentes passaram a ser apontadas como causadores destas.
E se os astros mudavam o tempo também mudavam a vida do Homem. Assim a astrologia, que inicialmente visava prever o início das estações para fins agrícolas, ganhou status de poder divinatório.
Um método que procura associar a posição de certos astros com o destino e a conduta moral dos seres humanos. Despida de seu caráter metafísico, mais tarde ela daria origem a Astronomia.
Signos
Do nosso ponto de vista, fixo na Terra, o Sol transita por um certo grupo de constelações ao longo de um ano (na verdade é a Terra quem muda sua posição em relação ao Sol).
Essa trajetória aparente do Sol é uma circunferência que chamamos eclíptica. A eclíptica atravessa não doze, mas treze constelações. Portanto, existem treze signos.
A precessão dos equinócios é um dos três movimentos básicos da Terra (os outros dois são a rotação e a revolução). Esse movimento é equivalente ao bamboleio de um pião. Enquanto gira em torno de seu próprio eixo a cada 24 horas nosso planeta faz mesmo, só que demora 26 mil ano para completar uma volta. A precessão dos equinócios antecipa (precede) o início da primavera (equinócio) e muda a data da entrada do Sol em cada signo. Quando os babilônios observavam o céu o equinócio da primavera (chamado ponto vernal) estava na constelação de Touro. Mas a partir do ano 2150 AEC ele foi para Áries. Hoje está em Peixes, e ali permanecerá até quase o ano 2600, quando então entrará em Aquário.
Originalmente, um signo é a constelação ocupada pelo Sol numa certa época do ano. Se você nasceu quando o Sol estava em Câncer, o signo correspondente é Câncer. Mas o céu astrológico não corresponde ao céu real. Cada signo ocupa exatos 30 graus ao longo da eclíptica (pois 30 vezes 12 é 360, uma volta completa).
Porém, as constelações não têm o mesmo tamanho. Por isso os períodos em que o Sol permanece em cada uma não são iguais. Mudam conforme mostra o quadro abaixo
. O céu astrológico também ignora a precessão dos equinócios – veja o quadro Para onde foi a Era de Aquário?O zodíaco na verdade representa uma faixa que se estende por oito graus acima e abaixo da eclíptica. A eclíptica, conforme já mencionado, é a trajetória aparente que o Sol faz no céu durante um ano, contra o fundo de estrelas distantes.
O zodíaco é uma faixa centrada na eclíptica onde a maior parte dos planetas do Sistema Solar podem ser observados ao longo de um ano. Todo o céu está dividido em 88 constelações. E dentro da faixa zodiacal podemos ver não doze ou treze, mas nada menos que vinte e quatro constelações diferentes.
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