As constelações mais antigas surgiram entre os povos da Mesopotâmia, há quatro mil anos. Tudo indica que eram utilizadas como orientação nas atividades agrícolas e náuticas.
Pertence a Claudio Ptolomeu (127-145 EC) um dos mais importantes catálogos estelares, o Almagesto, uma fabulosa obra composta por 13 volumes e onde estão relacionadas 1022 estrelas de 48 constelações, sendo 12 zodiacais, 21 ao Norte e 15 ao Sul, inclusive as quatro estrelas principais do Cruzeiro do Sul, na época pertencentes à constelação do Centauro.
Parte do catálogo de Ptolomeu foi baseado no de Hiparco, elaborado quatro séculos antes de Cristo. Foi Hiparco quem introduziu o conceito de grandeza, associado ao brilho (e não às dimensões) das estrelas.
Ele chamou as estrelas mais luminosas de “primeira grandeza”, assim prosseguindo até as menos brilhantes, no limite da visibilidade humana, chamadas por Hiparco de estrelas de “sexta grandeza”.
Magnitudes e novas constelações
Ptolomeu adotava o mesmo sistema, usando o termo magnitude em vez de grandeza. Bem mais tarde, no século XIX, descobriu-se que os sentidos humanos respondem aos estímulos de modo não linear.
No caso do brilho das estrelas, isto significa que para se ter a mesma sensação provocada pelo brilho de uma estrela de primeira grandeza seriam necessárias 2,5 estrelas de segunda grandeza ou 2,5 × 2,5 = 2,5² estrelas de terceira grandeza ou ainda 2,5³ estrelas de quarta e assim por diante. Esta é a semente do conceito moderno de magnitude.
A época das Grandes Navegações deu início a um conhecimento mais amplo das partes do céu ao Sul, onde viviam os povos que criaram as constelações mais antigas.
O astrônomo dinamarquês Tycho Brahe (1546-1601) catalogou Cabeleira de Berenice, uma constelação citada por Eratóstenes, no século III AEC. Um ano depois, o astrônomo holandês Johannes Bayer (1572-1625) relacionou 60 constelações, incluindo as circumpolares Sul, em sua obra Uranometria.
Bayer ainda estabeleceu que as estrelas de cada constelação fossem designadas por letras do alfabeto grego: Alfa () para a mais brilhante, Beta () para a segunda mais brilhante e assim por diante. Nem sempre esse conceito se aplica.
Mais tarde, em 1690, o astrônomo amador Johannes Höwelcke (1611-1687), conhecido pelo nome latino Hevelius, nomeou mais nove constelações na obra “Sete Cartas Celestes”.
Em 1697 o arquiteto do rei Luís XV, Augustin Royer, desmembrou a Crux Australis da constelação do Centauro e a partir daí surgiu nas cartas celestes, oficialmente, a constelação do Cruzeiro do Sul. Bartschius, em 1624, nomeou a constelação da Pomba.
As constelações modernas
Quem mais influiu na criação de novas constelações foi, sem dúvida, o abade francês Nicolas-Louis Lacaille (1713-1762).
Em 1751 ele viajou até o Cabo da Boa Esperança, no sul da África, onde permaneceu por alguns anos para estudar o firmamento austral. Como resultado, introduziu 14 novas constelações, homenageando as ciências e algumas obras do gênio humano.
Lacaille também dividiu Argos, o navio, em quatro constelações menores, pois seu tamanho a tornava pouco útil como referência. Fixavam-se assim, as 88 constelações conhecidas pela cultura ocidental.
+ Lista das 88 constelações
+ O círculo dos animais