Não há como falar dos meses sem revisitarmos, sempre, esses dois parágrafos do texto original de janeiro: “Nosso calendário, o Gregoriano, foi construído sobre um calendário mais antigo, o Juliano. Este, por sua vez, é um aprimoramento do calendário original romano, criado por Rômulo, primeiro rei de Roma, quando da fundação da Cidade Eterna.
Rômulo teve uma ideia inusitada. Criou um ano com dez meses, que começava em março (martius, em latim).”
E logo depois de março vinha abril, ou aprilis, no original em latim. Era uma alusão direta ao abrir das flores, que desabrochavam em uníssono com a chegada da Primavera na Europa. (No Brasil não faz muito sentido falarmos disso… primeiro porque em abril estamos no início do nosso outono; e, segundo, porque vivemos em um país tropical e nossas estações não são tão demarcadas como na Europa.)
É bom lembrar que há uma etimologia alternativa que costuma circular por aí… Como o mês de abril é dedicado à Vênus, a quem diga que no latim original chamava-se aphrilis, em uma alusão à Afrodite. Não faz muito sentido um mês romano, com nome em latim, fazer uma homenagem a uma deusa grega. Então cuidado com os caminhos da pseudoetimologia!
Originalmente abril tinha 30 dias; logo depois, com a reforma de Numa Pomílio, passou a ter 29 dias. Seu 30º dia só foi reincorporado ao calendário com a reforma de Júlio César.
Por iniciar logo depois do equinócio de Primavera do Hemisfério Norte, muitos camponeses consideravam o Primeiro de Abril como o verdadeiro início do ano. Quando a reforma gregoriana cristalizou o começo do ano em 1º de janeiro, aqueles que continuaram celebrando o 1º de abril foram considerados tolos e mentirosos.
E daí surgiu o nosso Dia da Mentira!
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