Vênus é o nome latino de Afrodite, uma das doze divindades do Olimpo, na mitologia greco-romana. Afrodite é representada por uma bela jovem cujos longos cabelos caem sobre seu corpo, escondendo as partes íntimas. Vênus é também o nome do planeta que mais se aproxima da Terra e o segundo a partir do Sol.
Mas o planeta é um lugar infernal onde um ser humano não sobreviveria nem por um segundo. Sua densa atmosfera se estende por todo o planeta e esconde os detalhes de sua geografia dos telescópios óticos. Vênus e a Terra são igualmente opostos e irmãos.
Para começar, Terra e Vênus têm quase o mesmo tamanho e são planetas rochosos. Não fosse a pressão atmosférica (cerca de 90 vezes maior que a terrestre) e as temperaturas extremas (capazes de fundir o chumbo) até que seria possível caminhar normalmente em Vênus, pois a gravidade desse planeta também é quase idêntica a terrestre. Mas a atmosfera venusiana não tem a mesma transparência que a da Terra.
Composição e atmosfera
Por serem muito semelhantes em massa e volume, provavelmente o interior de Vênus é como o da Terra, com um núcleo fundido de proporções parecidas, formado por ferro e níquel na ordem de 33%, recoberto por um manto de silicatos sobre o qual flutua a crosta.
A morfologia dos terrenos venusianos é bastante variada, e as rochas são semelhantes as rochas basálticas terrestres, embora as altas temperaturas do solo favoreçam alterações químicas nas mesmas.
POR DENTRO DE VÊNUS 1-Núcleo de metal; 2-Manto e 3-córtex.
O dióxido de carbono anidrido (CO2) é o gás predominante em Vênus, representando até 96,5% da atmosfera, o restante compõe-se de nitrogênio, monóxido de carbono, argônio e traços rarefeitos de vapor de água, oxigênio e dióxido de enxofre.
Acima das nuvens mais altas ainda há uma fina camada constituída por gotas de ácido sulfúrico. Esses componentes atmosféricos, por serem bastante pesados, respondem pela alta pressão na superfície.
Caminhar em Vênus é como estar nas condições de um mergulhador operando a 1.000 m de profundidade.
O invólucro de gases irrespirável de Vênus produz um efeito estufa: a radiação solar que chega ao solo, e deveria ser refletida por ele, fica retida nas camadas atmosféricas, retornando à superfície sem dispersar-se e produzindo um tremendo aquecimento.
O hipotético mergulhador-astronauta não poderia ter em sua roupa qualquer elemento feito de chumbo, pois este se fundiria imediatamente. Sondas terrestres como a soviética Venera e a americana Pioneer Vênus passaram por essa experiência abrasadora, e nenhuma conseguiu sobreviver por mais de uma hora após tocar o solo venusiano.
A SOVIÉTICA VENERA 13 tirou essa foto da superfície de Vênus. O objeto na parte de baixo é parte da própria sonda, que neste momento suportava uma pressão 90 vezes maior que ao nível do mar e uma temperatura de 460°C. Clique para ampliar.
Curiosidades sobre Vênus
Vênus realiza uma volta em torno de seu próprio eixo num período maior que o necessário para completar uma volta em torno do Sol. Pense bem acerca dessa afirmação: isso significa que um dia em Vênus é maior que um ano.
A rotação de Vênus se dá no sentido oposto à maioria dos outros planetas. Assim, em Vênus o Sol surge do Oeste e se põe no Leste.
Porém, a velocidade de rotação é muito lenta. Do nascer ao pôr do Sol são quase 116 dias terrestres. Por outro lado, enquanto a nossa atmosfera leva cerca de 24 horas para dar a volta no planeta, acompanhando a rotação, em Vênus bastam 4 dias terrestres, contra os 243 de sua rotação completa. É a super-rotação da atmosfera, provocando ventos de altíssima velocidade.
Vênus reflete 2/3 da luz que recebe do Sol, um esplendor que lhe valeu o apelido de estrela-d’Alva. Povos antigos imaginavam tratar-se de dois astros: Lúcifer, a estrela da manhã, e Vésper, a estrela da tarde. Em latim, Lúcifer significa “o que leva a luz” e apenas na tradução cristã ele é associado ao mal. Mas afinal Lúcifer talvez fosse um nome mais apropriado para o planeta Vênus, um mundo mais próximo de uma visão do inferno que da personificação do amor.
A densa atmosfera de Vênus contribui para uma luminosidade escassa na superfície (como um dia nublado na Terra). Mas a densidade não é homogênea e produz refrações múltiplas, originando várias imagens de um mesmo objeto: do solo de Vênus é possível ver dois ou três sóis.
A superfície de Vênus foi inteiramente mapeada por radar, revelando duas regiões que poderiam ser chamadas de continentes, pois estão acima do nível médio do terreno. Numa região chamada Terra de Ishtar (que significa Vênus para Assírios e Babilônios) ficam os Montes Maxwell, com 11.000 m, e na Terra de Afrodite, maior que o continente africano, há imensos canyons com até 280 km de largura.
É provável que tenham existido oceanos em Vênus num passado remoto. A fúria de um Sol ainda jovem fez evaporar esses mares e expôs as rochas então submersas, liberando dióxido de carbono e dando início a um contínuo processo de aquecimento. Toda a água da superfície acabou desaparecendo.
Afrodite
O culto à deusa Vênus (ou Afrodite) é de origem asiática, tendo sido introduzido na Grécia por marinheiros e mercadores. Em sua concepção original, Vênus era a divindade da fecundação e geração e sua ação abrangia todas as criaturas do mundo, vegetais e animais, e até mesmo outros deuses. Só mais tarde passou a ser considerada deusa do amor e, na mitologia clássica, tem duas origens mais difundidas, uma como filha de Júpiter e Dione, e outra como nascida da espuma do mar.
PINTURA RENASCENTISTA “O Nascimento de Vênus”, de Sandro Botticelli (1485–1486). Vênus foi uma das divindades mais veneradas, sobretudo na cidade grega de Pafos, onde lhe dedicaram um templo.
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