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Astronomia no Zênite
Diário astronômico - Espaçonave Terra

Procurando meteoritos

Primeiro uma bola de fogo cruza o céu, logo em seguida assobios e um forte estrondo. Estamos falando de um meteoroide que penetrou na atmosfera terrestre, produziu um meteoro bem brilhante e que pode chegar até a superfície como um meteorito. Confunde todos esses termos? Então vamos lá…

Meteoroides são pequenos fragmentos de corpos sólidos do Sistema Solar. Os asteroides são rochas que podem ter até várias centenas de metros. Tanto os meteoroides quanto os asteroides vagam pelo espaço e constantes colisões acontecem entre eles.

Frequentemente, pequenos meteoroides, em alta velocidade, penetram na atmosfera terrestre e o atrito com os gases provoca o efeito luminoso denominado meteoro, popularmente conhecido como estrela cadente.

A grande maioria se desintegra completamente na atmosfera mas, às vezes, meteoroides maiores produzem meteoros muito brilhantes (as bolas de fogo) e não são completamente desintegrados. Com isso, fragmentos chegam até a superfície terrestre. São os meteoritos.

INTRODUÇÃO à meteorítica. Vídeo do site Meteoritos Brasil.

Meteoritos podem variar de algumas gramas até várias toneladas. Atualmente, o maior meteorito do mundo é o Hoba West, com 60 toneladas e encontrado na Namíbia. O maior meteorito brasileiro foi encontrado na Bahia e pesa 5,36 toneladas (foto abaixo).

Meteorito
METEORITO Bendegó, exposto no Museu Nacional, no Rio de Janeiro.

Por serem fragmentos de diversos corpos do Sistema Solar, como asteroides, cometas e até mesmo da Lua ou o planeta Marte, os meteoritos são importantes fontes para o estudo da origem e evolução de todo o nosso sistema planetário.

Assim, meteoritos podem ser considerados como “a sonda espacial do homem pobre”, já que podem ser comparados a uma espaçonave, por coletarem informações sobre o Universo, mas sem os altos custos que envolvem as missões espaciais.

Marte vem à Terra

Meteoritos podem ser considerados como a sonda espacial do homem pobre

Durante as missões Apollo os astronautas trouxeram várias rochas lunares para estudo. Porém, rochas de Marte nunca puderam ser trazidas à Terra desta maneira. Por isso os cientistas contam com a contribuição dos meteoritos marcianos, oriundos de asteroides que colidiram com a superfície do planeta e ejetaram fragmentos de Marte para o espaço.

Os meteoritos de Marte são raros. Existem apenas 163 registrados na página do Meteoritical Bulletin (um banco de dados com informações de todos os meteoritos oficialmente catalogados no mundo – hoje mais de 50 mil). No Brasil já foi encontrado um meteorito marciano em Governador Valadares, Minas Gerais. Esse exemplar pesa apenas 158 gramas.

Meteoritos podem cair em qualquer lugar e a qualquer momento. Nossa atmosfera está sendo bombardeada por material cósmico constantemente. Grandes impactos são mais raros, mas fragmentos da ordem de 1 milímetro de diâmetro caem a cada 30 segundos! São os micrometeoritos.

COLECIONANDO MICROMETEORITOS

Meteoritos não são fáceis de encontrar, mas isso pode não se aplicar aos micrometeoritos. O seu próprio quintal pode ter material extraterrestre. Duvida? Então torne-se um caçador e, quem sabe, você logo vai estar postando fotos de suas descobertas.

Você vai precisar de um bom ímã (mas tem que ser bom mesmo, de alto falante ou um ímã de neodímio). Envolva-o com um saquinho tipo “ziplock” ou similar (será o seu coletor de micrometeoritos).

Aproxime seu coletor de superfícies secas e ao ar livre. Como os telhados são superfícies amplas, mas de difícil coleta, uma boa dica é colocar um pano na saída da(s) calha(s). Depois que chover, recolha os resíduos com cuidado e deixe secar. Daí aproxime o ímã.

Assim que fragmentos ficarem grudados no ímã, retire o saco protetor dentro de algum recipiente (para que eles não caiam ao perder o contato magnético) e os examine cuidadosamente com uma boa lupa ou, melhor ainda, com um microscópio (aqueles dos kits de ciência juvenis servem perfeitamente).

Separe o lixo dos micrometeoritos verdadeiros ─ eles geralmente têm formato esférico ou quase esférico, como uma gota. Fotografe-os com uma câmera no modo macro e guarde-os bem, em pequenos frascos etiquetados. Agora é só compartilhar seus achados com outros entusiastas de micrometeoritos. Boa caçada!

Micrometeoritos
 Fotos: The Observer, Junho 2002 p.4 e Jon Larsen.

 
PATRONO
Urania Planetario

Tipos

Existem três tipos básicos de meteoritos: os rochosos, que correspondem a cerca de 93% dos meteoritos e são formados basicamente de material rochoso, geralmente piroxênios, minerais, olivinas; os metálicos, que correspondem a cerca de 6% dos meteoritos e são compostos basicamente de ferro e níquel, e os mistos, que são formados por material rochoso e metálico e correspondem a cerca de 1% dos meteoritos.

Em geral, os meteoritos apresentam uma fina camada escura que reveste apenas sua parte externa, denominada crosta de fusão, resultado da passagem atmosférica.

Meteoritos
OS TRÊS TIPOS mais comuns de meteoritos são os rochosos (ou aerólitos, à esquerda), os metálicos (ou sideritos, ao centro) e os mistos (ou siderólitos). Fotos da Universidade de Washington.

Além disso, costumam apresentar sulcos e depressões na superfície (regmaglitos), que se assemelham a marcas de dedos deixadas em uma massa de modelar, e geralmente são mais pesados do que uma rocha terrestre de tamanho similar (os metálicos chegam a pesar 3 a 4 vezes mais).

Como a grande maioria contém ferro e níquel, praticamente todos os meteoritos são atraídos por um ímã. E quando lixados vão exibir o interior prateado como aço, ou mais claro, como concreto, com pintinhas prateadas e cor de ferrugem.

Poucos no Brasil

Apesar da vasta área territorial foram encontrados e catalogados poucos exemplares no Brasil. Até o final de 2015 o país contava apenas 69 meteoritos catalogados. Número extremamente pequeno, principalmente se considerarmos que países com área semelhante já catalogaram até 25 vezes mais.

Isso se deve a diversos fatores, até mesmo climáticos, além da carência de informação sobre meteoritos no país. Assim mesmo vale destacar que o Brasil possui exemplares que figuram entre os mais raros e importantes do mundo.

Entre os destaques da coleção nacional, podemos citar “Angra dos Reis”, que deu origem à classe dos meteoritos angritos e que permaneceu por muito tempo como o único do gênero; “Santa Catharina”, meteorito com maior teor de níquel do mundo; “Ibitira, um eucrito com vesículas e o “Governador Valadares”, único meteorito marciano brasileiro. Artigo de Astronomia no Zênite

 

Coruça, um impacto sobre o Brasil
Crateras de impacto no Brasil (mapa) 

Adaptado do original, publicado em:
• Meteoritos, a sonda espacial do homem pobre. Astronomia em foco. Disponível em <https://astronomiaemfocoblog.wordpress.com/2015/12/27/meteoritos-a-sonda-espacial-do-homem-pobre/>. Acesso em 9 mar 2016.
Créditos: Oliveira, H. M. Procurando meteoritos. Astronomia no Zênite, 14 mar. 2016. Disponível em: <https://zenite.nu/procurando-meteoritos>. Acesso em: 21 nov. 2024.
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