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Astronomia no Zênite
Diário astronômico - Espaçonave Terra

Atividade solar

O Sol agoraO SOL AGORA  Foto do Observatório Solar SOHO mostra a face do Sol voltada para a Terra neste momento. Pode haver manchas solares presentes.

A observação indireta do Sol (por projeção) é uma das atividades mais simples e ao alcance de qualquer amador. A contagem das manchas solares, regiões onde ocorre uma redução da temperatura e pressão das massas gasosas, fornece a cientistas e entusiastas informações importantes sobre a atividade solar.

Quanto mais manchas, mais intensos os campos magnéticos locais e maior a possibilidade de alterações na ionosfera terrestre, influindo nas comunicações de longa distância aqui na Terra.

Mas afinal, o que são as manchas?

Conhecidas desde a Antiguidade, sua origem já foi erroneamente atribuída a nuvens, pequenos planetas perto do Sol e até mesmo montanhas em sua superfície. Hoje se sabe que estão intimamente relacionadas ao campo magnético do Sol, cuja intensidade média é de um Gauss, mas pode atingir milhares de Gauss próximo às manchas.

O Sol não é um corpo rígido. Formado sobretudo por gás hidrogênio na forma de plasma (uma espécie de gás ionizado), o Sol tem uma rotação diferenciada em função da latitude. Uma região equatorial leva cerca de 26 dias para completar uma volta, enquanto próximo aos polos a rotação pode chegar aos 30 dias.

 

Provavelmente esta é a principal causa das manchas. A cada rotação as linhas do campo magnético do Sol aproximam-se mais e mais uma das outras, arrastando consigo o plasma. Chega um momento em que as linhas se reconectam, com tremenda liberação de energia. Ocorre então a expulsão de matéria da fotosfera, na direção das linhas de campo magnético.

Ocorre então a expulsão de matéria da fotosfera (a camada visível do Sol) na direção das linhas de campo magnético. As regiões em que os laços magnéticos saem e retornam à fotosfera possuem polaridades magnéticas opostas e nelas surgem as manchas solares, com temperatura média de 4.300K (contra os usuais 6.000K nas regiões ausentes de manchas).

Na verdade as manchas não são negras. Elas possuem uma coloração avermelhada, parecendo escuras apenas por causa do contraste com as regiões vizinhas.

As manchas solares podem surgir isoladas ou em grupos, quando então o campo magnético associado é bem mais intenso. Os grupos de manchas ressurgem em intervalos de cerca de 11 anos, período conhecido como ciclo solar.

O tamanho das manchas varia bastante, sendo geralmente maiores que o nosso planeta. Elas são medidas em termos de milionésimos da área visível do Sol.

Close-up de uma mancha solarBEM DE PERTO  Close-up de uma mancha solar. Note a granulação da superfície próxima ao núcleo.

Uma mancha é considerada grande quando mede entre 300 e 500 milionésimos do disco solar. Mas a maior já registrada passou dessa marca com muita folga. Foi em 1947. A gigantesca mancha que apareceu naquele ano tinha 6.132 milionésimos, ou quase 1/7 do disco solar.

PATRONO
Urania Planetario

Tempestades no Sol

No auge da atividade dessas regiões perturbadas manifesta-se uma rápida, porém colossal explosão chamada labareda solar (ou solar flare, em inglês). Um indicativo da iminência de um flare é o rápido aumento da área ocupada por um grupo de manchas, comuns nos períodos de máximo solar. Durante os períodos de máximo ocorrem muitas tempestades solares (o que não significa que nos períodos de mínima atividade elas não aconteçam).

Ejeções de massa coronal do Sol podem atingir a Terra. Ao interagir com o campo magnético do planeta elas produzem o espetáculo das auroras, mas também perturbam os instrumentos de orientação de satélites em órbita, podem interromper as comunicações de longa distância, os serviços de GPS (posicionamento global por satélite) e até mesmo provocar apagões em cidades do norte da Europa e dos Estados Unidos e no Canadá.

Tempestades solares também podem ameaçar a saúde dos astronautas em órbita, caso eles estejam realizando atividades do lado de fora de suas naves. Observar auroras da superfície da Terra, no entanto, é inofensivo.

Fotos de auroras
FÚRIA DO SOL A beleza das auroras vistas no hemisfério Norte. À direita, uma aurora boreal fotografada pela janela de um ônibus espacial, em órbita da Terra.

Um sol, todas as cores

Uma foto do Sol obtida com uma câmera comum fornecerá uma imagem familiar: um disco amarelo, sem detalhes, ou talvez um pouco avermelhado se o astro-rei estiver perto do horizonte, pois sua luz teve de percorrer mais da atmosfera da Terra e, por isso, teve comprimentos de onda azuis absorvidos antes de chegar à lente da câmera.

Mas, na verdade, o Sol emite luz em todas as cores. O amarelo é apenas o comprimento de onda mais brilhante. Certos instrumentos, contudo, sejam em telescópios terrestres ou espaciais, podem observar a luz do Sol muito além das frequências que nossos olhos percebem.

Diferentes comprimentos de onda transmitem informações sobre diferentes componentes da “superfície” e da “atmosfera” do Sol, e os cientistas os usam para pintar uma imagem completa de nossa estrela em constante mudança.

Abaixo, fotos de hoje mostram o Sol em diferentes comprimentos de onda. Repare como a cor da estrela se altera quando observada de diferentes formas. As imagens são cortesia da NASA/SDO, AIA, EVE, HMI science teams. Artigo de Astronomia no Zênite

 

O Sol em números
Enquanto o Sol respira
Solar Dynamics Observatory 

Publicação em mídia impressa
Costa, J. R. V. Tempestades e manchas solares. Tribuna de Santos, Santos, 2 ago. 2004. Caderno de Ciência e Meio Ambiente, p. D-2.
Créditos: Costa, J.R.V. Atividade solar. Astronomia no Zênite, dez. 2000. Disponível em: <https://zenite.nu/atividade-solar>. Acesso em: 29 out. 2024.
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