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Astronomia no Zênite
Astronáutica - Do sonho à conquista

Do sonho à conquista – 2ª Parte

 Final

Os fogos de artifício chineses, com pólvora seca, são os mais antigos entre todos os precursores dos foguetes modernos. Fabricados até hoje, foram os chineses quem introduziram as primeiras melhorias, como um cone na extremidade superior para melhorar o deslocamento no ar.

Os árabes aprenderam com eles e o segredo passou às nações da Europa. Não tardou para que fossem empregados como armas, levando uma carga extra de pólvora que explodiria ao contato com as tropas inimigas. Mas antes da metade do século XIX eles seriam abandonados em troca dos canhões.

Corrida espacial

A astronáutica como ciência exata nasceu na Rússia, através dos estudos de Konstantin Tsiolkovsky (1857-1935), um autodidata e mestre-escola que dedicava suas horas de folga à dedução das teorias que mostrariam porque os foguetes de múltiplos estágios seriam necessários às viagens espaciais.

Ele também assegurou que os combustíveis líquidos seriam mais eficazes à propulsão dos futuros veículos espaciais. A maior parte de seus estudos se realizou antes mesmo da invenção do aeroplano pelo brasileiro Alberto Santos Dumont (1873 – 1932).

No início dos anos 20, o engenheiro romeno naturalizado alemão Hermann Oberth (1894-1989) publicou um tratado onde antecipava as características do terrível V-2 (Vergeltungswaffe 2, ou Arma de Represália 2, o primeiro míssil guiado do mundo).

GoddardKonstantin Tsiolkovsky (1857-1935) é considerado o pai da Astronáutica.
GoddardRobert Goddard e o primeiro foguete à combustível líquido.

Enquanto isso, do outro lado do Atlântico, o americano Robert Goddard (1882-1945) lançava o primeiro foguete a combustível líquido. Mas a corrida espacial ainda não tinha começado. Em seu caminho estava a Segunda Guerra Mundial.

O Exército alemão planejou e fabricou o foguete V-2. Com cerca de 15m de altura e 14 toneladas, era impulsionado com álcool etílico e oxigênio líquido. Milhares deles foram lançados durante a guerra. Simplesmente não havia defesa.

Com o fim do conflito, tropas americanas capturaram grande quantidade desses engenhos – que se tornaram o ponto de partida dos Estados Unidos em sua corrida espacial.

Em 1954, Wernher Von Braun (1912-1977), que havia trabalhado em vários foguetes experimentais para os Estados Unidos baseados no V-2, apresentou um plano para lançamento de um pequeno satélite de 2,5 kg.

A corrida espacial tinha começado. Mas seriam os russos quem sairiam na frente

Desde o fim da guerra, cientistas europeus e americanos já cogitavam a possibilidade de lançar ao espaço satélites artificiais.

O primeiro satélite artificial da Terra chamava-se Sputnik, “Pequeno Companheiro” em russo. Ele foi lançado em 4 de outubro de 1957 por um foguete de 4 toneladas e três estágios chamado R7, que também entrou em órbita.

O satélite em si era uma pequena esfera de alumínio que pesava cerca de 90 kg, tinha 58 cm de diâmetro e quatro antenas de cerca de 2,5 m (foto à direita). Levava instrumentos para medição de temperatura, pressão, raios cósmicos e a violência dos impactos de meteoroides.

Por meses suas antenas espalharam um bip…bip… constante por todo o mundo, que podia ser sintonizado por qualquer radioamador. Sua mera presença no espaço deixou as autoridades americanas frustradas – e irritadas.

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Você vai primeiro

Mas antes que pudessem esboçar qualquer reação, os americanos viram o Sputnik 2 subir em 3 de novembro daquele mesmo ano, desta vez levando uma passageira. Era uma pequena cadela esquimó que ficou conhecida como Laika, o primeiro ser vivo em órbita da Terra.

Antecipar as reações ao voo usando animais não era novidade: em 1784 fisiologistas italianos já haviam feito uma ovelha voar num balão. Contudo, desta vez não houve tempo para planejar a recuperação do animal (o Sputnik 2 atendia apenas aos anseios da política da Guerra Fria) e, desse modo, a cadelinha morreu no espaço, antes da reentrada do satélite. Laika se transformaria em lenda e mártir.

Laika
A CADELINHA LAIKA  Clique na imagem para ampliá-la ou descubra mais sobre a emocionante história de Laika.

Gagarin

O primeiro satélite americano foi lançado no início do ano seguinte. Mas o desafio de levar um homem ao espaço só foi superado em 12 de abril de 1961, quando o cosmonauta Yuri Alexejevitch Gagarin (1934-1968) realizou uma volta completa na Terra a bordo da primeira cápsula da série Vostok (Oriente).

Alan Shepard (1923-1998) seria o primeiro americano no espaço, fazendo um voo suborbital com a Freedom VII em 5 de maio do mesmo ano. Mas primeiro americano a entrar em órbita da Terra foi o astronauta John Glenn (1921- ), em fevereiro de 1962.

Através dos olhos desses pioneiros a humanidade percebeu pela primeira vez a imensidão do espaço e contemplou o seu precioso mundo. O sonho era finalmente uma conquista. Mas a aventura tinha apenas começado. Artigo de Astronomia no Zênite

 

Os pioneiros
Missões espaciais

Referências (fontes consultadas)
• Azevedo, R. Na era da Astronáutica. Rio de Janeiro, Ed. do Brasil S.A.
• Dietz, D Satélites e naves espaciais. Rio de Janeiro, Distribuidora Record, 1962.
• Carl S. Cosmos Rio de Janeiro, Ed. Franciso Alves, 1985.
Publicação em mídia impressa
Costa, J. R. V. Do sonho a conquista. Tribuna de Santos, Santos, 24 jun. 2002. Caderno de Ciência e Meio Ambiente, p. E-4.
Créditos: Costa, J.R.V. Do sonho à conquista - 2ª Parte (Final). Astronomia no Zênite, jul. 1999. Disponível em: <https://zenite.nu/do-sonho-a-conquista-2>. Acesso em: 26 jul. 2024.
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