Existe um ditado que diz: se você quiser viver sem usar a cabeça, pode acreditar em tudo ou então duvidar de tudo. De ambos os modos você evita pensar.
No caso das viagens tripuladas à Lua, há os que acreditam sem pensar (como na declaração: “saiu na TV e nos jornais, então deve ser mesmo verdade que o Homem esteve na Lua”) e os que duvidam de qualquer modo (tipo: “Nunca um homem pisou na Lua; Deus jamais permitiria tal coisa”).
Esta série especial é dedicada aos que preferem raciocinar. Aqui, desde o início do ano, discutimos cada uma das dúvidas que se propõem a pôr em cheque as seis viagens tripuladas ocorridas entre 1969 e 1972, quando doze pessoas caminharam na superfície lunar.
Mostramos cada hipótese e demonstramos os fatos. E a conclusão é uma só. Há lacunas terríveis no aprendizado básico de ciência – e não apenas no Brasil. Somente isso explica porque ainda existem tantos que se deixam levar por argumentos tão falhos.
Fato
Ao escutar as gravações da época, nota-se que não existe pausa entre as conversas dos astronautas na Lua e o controle da missão na Terra.
Dúvida
Se eles estão mesmo na Lua, a quase quatrocentos mil quilômetros de distância, não deveria haver um atraso – o chamado radio lag (da expressão em inglês) – do mesmo tipo que notamos em conversações via satélite entre lugares muito afastados, aqui mesmo na Terra?
Conspiração
Não existe atraso porque tudo não passou de uma grande fraude. Os técnicos da NASA não acharam que isso seria percebido e negligenciaram o radio lag ao forjar a conversação entre os astronautas e a Terra.
Realidade
David Randolph Scott nasceu em 6 de junho de 1932 em San Antonio, Texas, e se tornou o sétimo homem a caminhar na superfície da Lua. Ele foi o comandante da missão Apollo 15, em julho de 1971.
Em 1966, Scott e o piloto Neil Armstrong (que se tornaria o primeiro na Lua, em 1969) foram ao espaço na missão Gemini 8, um voo originalmente planejado para durar três dias, mas abortado prematuramente devido a um problema num dos motores da cápsula.
Scott voou duas vezes a bordo do poderoso foguete Saturno V. A primeira junto à tripulação da Apollo 9 (um voo de teste em março de 1969). Ele também foi designado como suplente na Apollo 12 (novembro de 1969), caso o comandante dessa missão não pudesse voar por algum motivo.
Depois do retorno da Apollo 15, Scott e seus companheiros se envolveram num escândalo ao venderem selos comemorativos do voo para um colecionador alemão. Embora a atitude em si não tenha sido considerada ilegal, a NASA decidiu fazer com que fatos semelhantes não voltassem a acontecer no futuro, punindo Scott e sua tripulação exemplarmente: nenhum deles foi ao espaço novamente.
Ondas de rádio viajam na velocidade da luz, mas a Lua está longe o bastante para que um sinal não chegue lá (ou volte de lá) instantaneamente. É esperado um atraso de aproximadamente 1,2 segundos, o que significa que um sinal leva 2,4 segundos para ir e voltar.
E esse atraso existiu. Todas as gravações dos astronautas da Apollo foram feitas na Terra. Isto significa que ouvimos a conversa como se estivéssemos em Houston, ao lado dos técnicos da missão.
Uma das “marcas registradas” das missões Apollo foram os tons Quindar, beeps característicos que eram um meio pelo qual os transmissores remotos da Terra eram ligados e desligados para que o comunicador do Módulo Lunar (CAPCOM) pudesse habilitar as conversas com a tripulação.
Os tons Quindar eram um tipo de sinalização que simulava a ação do “apertar e soltar” o botão de comunicação, geralmente encontrado em rádios bidirecionais do tipo walkie-talkie.
Eles consitiam num beep introdutório com 250 ms de duração na frequência de 2.525 hertz, seguido por um beep final de 2.475 Hz. O nome faz referência ao fabricante, a Quindar Electronics. Neste link você pode ouvir um trecho de comunicação dos astronuatas com vários desses “Quindar tones“.
Quando a mensagem de um astronauta é ouvida, o controlador responde. Não há atraso porque não tivemos de esperar os 1,2 segundos que a mensagem demorou para chegar, nem os 1,2 segundos que a resposta levou para ser ouvida.
Naturalmente, o inverso é verdadeiro. Quando o controlador pergunta alguma coisa a um astronauta temos que esperar que o sinal atinja a Lua – mas logo que ouve a mensagem o astronauta responde, e também não se percebe atraso na gravação.
Ouvindo atentamente alguns desses áudios, percebemos claramente que em há ocasiões em que existe sim um radio lag de cerca de dois segundos, mas em vários outros momentos, pelos motivos já explicados, não percebemos atraso algum.
Fato
Nas fotografias obtidas da superfície lunar, a Terra aparece relativamente pequena.
Dúvida
Nosso planeta não deveria aparecer bem maior? Afinal, a Terra é cerca de quatro vezes maior que a Lua em diâmetro. E a Lua Cheia vista da Terra já parece bem grande.
EM ESCALA A Terra é 4 vezes mais larga que seu satálite. Deveria aparecer bem grande nas fotos tiradas da Lua. Mas não… Indício de fraude?
Conspiração
Mais uma evidência da fraude. No estúdio cinematográfico onde toda farsa das viagens à Lua foi montada, pintaram a Terra sem o cuidado com a proporção que ela teria na realidade.
Realidade
Na verdade, o único descuido aqui foi com o bom senso. Falta também um pouco de atenção com a arte e técnica da fotografia, tão corriqueira mesmo antes da época das missões Apollo.
Simplesmente aponte uma máquina fotográfica comum para a Lua (comprimento focal de 36mm, por exemplo) e você obterá imagens minúsculas do nosso satélite natural – e de quaisquer outros objetos distantes.
Talvez você já tenha passado pela experiência de fotografar a Lua próxima do horizonte quando ela parece (apenas parece!) bem grande. Dará uma bela foto, você deve ter pensado. Mas ao ver o resultado você se decepcionou com um objeto pouco maior que um ponto branco pairando no céu.
As máquinas fotográficas usadas pelos astronautas não eram tão diferentes da sua câmera amadora nesse aspecto em particular. Além disso, eles não foram para a Lua com o objetivo de tirar fotos da Terra.
A lente usada com mais frequência na Lua foi uma lente padrão sem ampliação ou zoom. Da Terra, a Lua é vista com cerca de meio grau de diâmetro angular. A partir da Lua, a Terra aparece com 2 graus de diâmetro. Mas as fotografias tiradas com uma lente padrão abrangem cerca de 80 graus. Com isso, o diâmetro angular da Terra será de apenas 1/40 de toda imagem.
+ Doze homens e uma conspiração
+ A ilusão lunar