Seis missões tripuladas do programa americano Apollo levaram 12 homens para a Lua entre 1969 e 1972. Até hoje essas foram as únicas missões tripuladas para outro mundo, ainda que seja aquele mais próximo de nós em todo Universo.
Hoje, décadas depois do primeiro pouso tripulado, o mito de que tudo não passou de uma farsa sobrevive.
Parece um paradoxo, dado a sociedade em que vivemos e suas maravilhas tecnológicas. Mas o descrédito só sobrevive graças a “teorias conspiratórias” e, acima de tudo, ao desconhecimento de pontos importantes no aprendizado de ciências ─ e história.
Fato
Há fotografias tiradas pelos astronautas que mostram estranhos bulbos de luz no céu da Lua. Outras mostram o horizonte lunar muito próximo. Também se conhece uma foto famosa onde uma rocha aparece marcada com um “C” e existem ainda imagens onde se vê uma cruz por trás dos próprios objetos fotografados.
Dúvida
Se a fonte de luz mais importante é o Sol e a Terra não está no campo da foto, o que poderiam ser os bulbos de luz?
Sabendo que a cruz é utilizada em algumas máquinas para auxiliar no foco, ela não deveria estar sempre na frente dos objetos fotografados, pois faz parte da própria ótica da máquina?
Será algum tipo de truque óptico o fato do horizonte lunar parecer tão perto? E afinal, por que aquela rocha foi marcada com um “C”?
Conspiração
Tudo sugere falsificações grosseiras. Os bulbos seriam refletores fotografados acidentalmente no estúdio cinematográfico alugado pela NASA para filmar a falsa descida na Lua. O horizonte que parece próximo é outra grande evidência do uso de um estúdio fechado.
A rocha foi marcada com um “C” pelos cenógrafos que se ocuparam de construir a farsa do pouso lunar (e eles se esqueceram de virá-la de modo a esconder a marca). E também é óbvio que uma marcação nas lentes de uma máquina jamais surgiria por trás dos objetos da cena.
Realidade
Nascido na cidade de São Francisco, Califórnia, no dia 24 de setembro de 1930, John Watts Young foi a nona pessoa a caminhar na superfície da Lua durante a missão Apollo 16, em abril de 1972.
Um dos astronautas com carreira mais longa de toda a história do programa espacial americano, Young foi a primeira pessoa a ir ao espaço seis vezes, incluindo duas viagens a Lua – e até hoje é o único que pilotou quatro tipos diferentes de espaçonaves.
Graduado com louvor em ciências e engenharia aeronáutica pelo Instituto de Tecnologia da Geórgia em 1952, foi para a Marinha e se tornou piloto de caça e depois piloto de testes. Entrou para a NASA em 1962, na segunda turma de astronautas dos Estados Unidos, sendo o primeiro dessa turma a voar ao espaço.
Young comandaria a Gemini 3 e a Gemini 10, o módulo de comando e serviço da Apollo 10, o módulo lunar da Apollo 16 (quando pousou na Lua) e ainda duas missões do ônibus espacial (a STS-1, primeira missão desses veículos reutilizáveis, e também a STS-9, quando foi utilizado pela primeira vez o laboratório orbital Spacelab).
John W. Young ainda trabalhou na equipe que analisou as causas do acidente com o ônibus espacial Challenger, em 1986, e se aposentou em dezembro de 2004, aos 74 anos, tendo servido a NASA durante produtivos 42 anos.
Você acha realmente óbvio? Pense de novo. No caso dos bulbos de luz, eles não são holofotes, refletores nem aliens, mas um efeito comum em fotografia chamado flare. Ele acontece quando uma luz brilhante atinge a lente da câmera, reflete no interior da máquina e então sensibiliza o filme. Não é incomum e acontece em inúmeras fotografias, sejam elas obtidas na Lua ou na Terra.
LENS FLARES aparecem à esquerda. Um efeito muito conhecido dos fotógrafos ─ inclusive os amadores. Imagem: NASA.
Um outro efeito comum em fotografia é a superexposição em certas áreas do filme, especialmente quando o assunto da cena é branco e reflete muita luz. Isso acontece na placa de vidro no interior da câmera, entre a lente e o filme.
As marcações (tecnicamente denominadas Linhas de Reseau (geralmente cruzes ou quadrados pretos) podem desaparecer no todo ou em parte quando o objeto fotografado produz uma superexposição localizada, fazendo com que o branco da cena inunde as áreas escuras mais próximas na foto revelada.
NA FRENTE OU ATRÁS As populares crosshairs de algumas máquinas podem ficar ocultas (total ou parcialmente) por efeito de superexposição. Foto: NASA. Veja mais.
CÓPIA DA CÓPIA exibe marca que não existiu na original.
Também nunca existiu uma rocha lunar assinalada com um “C”. A imagem original não mostra nada, senão a rocha em si (veja abaixo). A famosa marca só aparece em cópias feitas a partir de outras cópias (terceira geração, ao lado), onde a qualidade fotográfica deteriorou-se e fez surgir falhas que, afinal, poderiam se parecer com qualquer coisa.
Também seria de se estranhar que a NASA adotasse um procedimento que não é usado em nenhum estúdio de Hollywood: etiquetar cada rocha de um cenário (e ter de lembrar-se de virá-las para que tais inscrições não aparecessem na cena). Há muitas coisas que podem dar errado num filme para que se incluam elementos desnecessariamente embaraçosos.
E quanto ao horizonte lunar, ele não apenas parece próximo – ele realmente está mais perto. Simplesmente porque a Lua é muito menor que a Terra.
Clique no botão abaixo para ver a rocha ampliada ou neste link para ver a foto original da NASA.
+ Doze homens e uma conspiração+ Apollo 16 and the C Rock
+ Examination of Apollo Moon photographs