Doze homens caminharam na superfície da Lua entre os anos de 1969 e 1972. Naquela época vivia-se uma euforia em relação ao programa espacial tripulado e não faltavam planos para bases lunares permanentes e até uma viagem tripulada a Marte antes do final da década seguinte.
Mas passada a idade de ouro da corrida espacial, os americanos se deram conta do rombo no orçamento e do quanto eles tinham arriscado para provar sua hegemonia.
Hoje, com os novos rumos da conquista espacial, com missões de baixo custo e em sua maioria robóticas, muitos até duvidam que as viagens para a Lua da década de 60 tenham realmente acontecido.
Há quem apresente “argumentos” de que tudo não passou de fraude. Esta série de artigos vem mostrando, desde o início do ano, as dúvidas mais comuns sobre esse tema – e os fatos que falam por si.
Fato
Segundo a hipótese mais provável, a Lua foi formada após o nosso planeta ter sofrido uma colisão, há bilhões de anos, com um corpo celeste aproximadamente do tamanho de Marte. O impacto literalmente arrancou das entranhas da Terra material para formar a Lua. Em outras palavras, a Lua é um pedaço do nosso próprio mundo!
Dúvida
Se é assim, como poderíamos provar que as rochas trazidas pelos astronautas são realmente provenientes da Lua? Não seriam simplesmente rochas iguais as terrestres?
Edgar Mitchell foi piloto de módulo lunar e sexto homem a pisar na Lua, ao lado de Alan Shepard da missão Apolo 14, em fevereiro de 1971. Nascido em 17 de setembro de 1930, Mitchell começou seu treinamento na NASA em 1966, tendo servido à Marinha americana entre 1953 e 1972.
Interessado em parapsicologia, em 1973 fundou uma organização sem fins lucrativos para patrocinar estudos sobre percepção extra-sensorial e fenômenos paranormais. Ele próprio escreveu dois livros sobre o tema.
Mitchell também expressava publicamente sua opinião pessoal de que 90% dos casos de objetos voadores não identificados, os populares OVNIs, eram seguramente pertencentes a visitas de naves espaciais alienígenas. Ele faleceu em 4 de fevereiro de 2016, um dia antes do 45º aniversário da sua própria descida na Lua.
Conspiração
As amostras de rocha são consideradas a principal evidencia do pouso tripulado na Lua. Sem a certeza de que são mesmo lunares, morre aqui mais uma tentativa de provar que as viagens tripuladas aconteceram de verdade.
Realidade
As rochas lunares são absolutamente únicas e, apesar da origem catastrófica da Lua (um pedaço arrancado da Terra primitiva), elas diferem das rochas terrestres em muitos aspectos.
As amostras lunares quase não apresentam traços de água, nem outras substâncias comuns por aqui, como minerais derivados do barro. Elas exibem frequentemente partículas de vidro (sílica) que foram produzidas por atividade vulcânica explosiva e impactos de meteoritos de mais de 3 bilhões de anos de idade. Na Terra, em poucos milhões de anos a água extingue esse vidro vulcânico de nossas rochas.
As rochas trazidas pelos astronautas das missões Apollo também se mostram claramente salpicadas por pequeninas crateras de impacto provocadas por meteoroides, pequenas partículas de matéria que viajam pelo espaço dez vezes mais rápido que uma bala.
CELEBRIDADE As missões Apollo trouxeram 382 kg de rochas lunares. Bem mais que as 326 g das missões automáticas soviéticas Luna. Elas são as celebridades entre os minerais.
Os meteoroides podem fazer micro buracos nas rochas, mas ainda assim são extremamente frágeis. Ao atingir a atmosfera da Terra a maioria se desintegra. Mas como não existe uma camada de ar na Lua eles penetram até o solo desértico do nosso satélite, marcando as rochas de modo inconfundível.
E assim como os meteoroides, também bombardeiam a Lua os raios cósmicos, deixando sua impressão nas rochas, que apresentam isótopos normalmente inexistentes na Terra, criados por reações nucleares com raios cósmicos altamente energéticos.
Mesmo se quisesse, um cientista não poderia simular uma rocha lunar bombardeando minerais terrestres com núcleos atômicos de alta energia. As rochas lunares ─ que os astronautas das missões Apollo coletaram em quantidade muito superior a qualquer sonda automática ─ são precisamente uma das evidências que os pousos tripulados na Lua realmente aconteceram.
Fato
Várias fotografias obtidas durante as missões Apollo mostram os astronautas (e seus equipamentos) produzindo sombras de comprimentos e direções diferentes.
Dúvida
Como isso é possível, dado que o só uma fonte de luz predomina na Lua: o Sol.
Conspiração
Este é um dos indícios mais contundentes da fraude. As fotos denunciam o uso de refletores num grande estúdio cinematográfico onde a farsa foi montada. Não houve viagens para Lua, pois todos os “astronautas” estavam aqui mesmo na Terra, encenando tudo. As sombras incorretas provam isso.
Realidade
A única coisa que as sombras provam é a falta de atenção (ou a má intenção) de algumas pessoas. Aqui mesmo na Terra, sob um dia ensolarado, as sombras de objetos idênticos também não são do mesmo tamanho nem ficam numa mesma direção se o terreno for acidentado.
Uma mera depressão no solo existente entre dois astronautas, por exemplo, pode fazer com que a sombra de um seja o dobro da do outro. Basta que uma das sombras esteja caindo sob o terreno, enquanto a outra se incline ligeiramente chão acima. Tudo sob o mesmo ângulo de iluminação solar.
SOMBRAS DIFERENTES para objetos iguais: tudo depende do terreno. Esse é um experimento que pode ser reproduzido facilmente em casa ou na escola. Imagem: Roberto Silvestre (ver mais).
Outro erro de interpretação refere-se à direção das sombras. Acompanhe a foto a seguir, obtida durante a missão Apollo 14. A princípio pode não parecer certo que a sombra do Módulo Lunar pousado ao fundo esteja numa direção diferente das sombras das pedras em primeiro plano.
PERSPECTIVA Uma fotografia também pode mostrar sombras que estão apenas aparentemente em direções diferentes. Crédito: NASA.
Mas tudo o que esta foto mostra é que uma imagem em duas dimensões não pode reproduzir completamente características tridimensionais. Na verdade, as duas sombras estão exatamente na mesma direção e este efeito dúbio (de perspectiva) é facilmente reproduzido em fotografias de árvores e outros objetos aqui na Terra.
Além do mais, se houvesse duas ou mais fontes de luz (os tais “refletores num estúdio”) cada objeto iluminado apresentaria mais de uma sombra…
+ Doze homens e uma conspiração+ Moon Base Clavius