Já faz cinquenta e cinco anos desde que uma pequena nave de nome “Águia”, pertencente a um programa espacial de nome Apollo, pousou na Lua. Logo em seguida aquela histórica façanha, dois astronautas, Neil Armstrong e Edwin Aldrin, caminharam algumas horas na superfície de um outro mundo ─ pela primeira vez.
Muitos pensam que foi a única viagem. Mas nos anos seguintes outras cinco missões – as Apollo 12, 14, 15, 16 e 17 – também fizeram pousos bem sucedidos na superfície lunar, com permanências cada vez maiores.
A Apollo 13 tinha o mesmo objetivo, mas foi obrigada a abortar o pouso por causa de um acidente que quase custou a vida da tripulação. Todas as missões foram muito realistas e perigosas, e o sucesso também se deveu a uma boa dose de sorte.
Edwin Eugene Aldrin Jr. foi o segundo homem a caminhar na Lua, em julho de 1969. Natural de Montclair, Nova Jersey, foi piloto militar e obteve doutorado em ciências e astronáutica pelo MIT antes de ingressar no projeto Gemini.
Sendo uma pessoa muito mais “pública” que seu colega da Apollo 11 (Armstrong era avesso a entrevistas e aparições em público) ele já emprestou a voz até para um episódio do desenho animado Os Simpsons. Mas certa vez, já aposentado e aos 72 anos, envolveu-se num incidente quando deu um soco num homem que o chamou de mentiroso e esbravejou que a viagem a Lua nunca havia acontecido. Clique na foto para ampliar.
Contexto histórico
Houve uma euforia no fim dos anos 60 e acreditou-se que a NASA estaria enviando homens para Marte antes do fim da década seguinte.
Mas passada a época da corrida espacial (e militar) contra a antiga União Soviética, os americanos se deram conta do rombo no orçamento por causa das caras missões tripuladas, e do quanto tinham se arriscado para provar sua hegemonia.
Mas isso é apenas parte de um contexto histórico, que geralmente foge ao entendimento da população, sem falar nos que simplesmente não acreditam que o Homem tenha estado na Lua.
Eles colecionam “argumentos” que contribuam com sua causa, mas a maioria dessas especulações guarda apenas enormes lacunas no aprendizado básico de ciência, que idealmente deveria ter sido transmitido até o final do Ensino Médio.
Fato
Para ir à Lua, os astronautas utilizaram o poderoso Saturno V, o maior foguete já construído, com três estágios, 110 metros de altura e poder suficiente para colocar em órbita todas as missões anteriores dos Estados Unidos, juntas. Para sair da Lua, bastou o pequeno módulo lunar (LM, na sigla em inglês), de 6 metros de altura.
GIGANTESCO Os módulos Lunar e de Comando e Serviço com suas posições no interior do foguete Saturno V por ocasião do lançamento. Clique na imagem para ampliar.
Dúvida
Onde o pequenino LM guardava combustível suficiente para trazer os astronautas de volta?
Conspiração
Isso é uma evidência de fraude. Os engenheiros da NASA certamente duvidaram que as pessoas pudessem perceber o logro, pois elas não têm conhecimentos técnicos.
Realidade
As viagens a Lua foram feitas em etapas ou “degraus”. Uma vez em órbita lunar, o LM descia com os astronautas até a superfície. Mas não conseguiria voltar direto para a Terra, apenas subir um degrau de volta à órbita do satélite, onde sua nave mãe, o Módulo de Comando e Serviço (CSM, na sigla em inglês), estaria esperando.
As duas naves eram o coração da missão. Os motores do primeiro e segundo estágio do Saturno V serviram para colocar o pesado conjunto em órbita da Terra, vencendo o respeitável puxão da gravidade terrestre.
Da órbita terrestre até a órbita da Lua a viagem passa a ser relativamente simples (embora com considerável gasto de energia). Basta usar o terceiro estágio do Saturno para atingir a aceleração necessária. E nem é preciso manter os motores acionados o tempo todo (como aconteceu na subida até a órbita terrestre). A Primeira Lei de Newton faz o serviço.
Diagrama compara o tamanho de módulos de pouso lunar, o da esquerda considerando um pouso (e decolagem) direto. O seguinte (que foi usado) usando acoplagens em órbita lunar. Cortesia da NASA.
E como a força gravitacional na Lua é um sexto da terrestre e o LM tem bem menos massa que o Saturno V na decolagem, levantar voo da Lua requer muito menos aceleração.
Fato
As imagens da missão Apollo 11 transmitidas para TV mostram Neil Armstrong descendo a escada do módulo lunar. Mais tarde também é possível ver o módulo lunar decolando.
Dúvida
Como isso é possível, já que não havia ninguém na Lua antes do pouso, e na decolagem os dois astronautas já estavam a bordo do LM?
Conspiração
Certamente isso é mais um indício de fraude. Havia várias câmeras no estúdio cinematográfico alugado pela NASA para filmar a falsa descida na Lua. Foi tudo feito como num filme de cinema.
Realidade
Havia uma câmera montada no lado externo do LM, especialmente para filmar a descida, e outra foi deixada por Aldrin a certa distância do módulo. Operada por controle remoto (o primeiro sistema de TV remoto foi inventado em 1942), ela filmaria a decolagem e seria deixada para trás, junto com os demais instrumentos instalados.
No caso da câmera na escada foi mais simples ainda. Uma alavanca no interior do LM comunicava-se mecanicamente com uma montagem do lado de fora, onde uma câmera foi acoplada. Acionando a alavanca, a plataforma de câmera seria travada numa posição pré-definida, apontando na direção da escada (foto à direita).
Aliás, uma das evidências das viagens à Lua é o conjunto de espelhos deixados pelos astronautas. Um laser disparado da Terra reflete neles e, conhecida a velocidade da luz, o tempo que o laser gasta para ir e voltar permite calcular a distância da Lua com precisão de poucos metros. Tal medição não seria possível sem os espelhos.
Mas por que nem mesmo o Telescópio Espacial Hubble consegue ver esses espelhos ou outros objetos deixados na Lua pelos astronautas das missões Apollo? É o que veremos a seguir.
+ Moon Landing Conspiracy
+ Do sonho à conquista