Os foguetes de sondagem brasileiros são lançadores de pequeno porte, utilizados para missões suborbitais e capazes de lançar cargas úteis contendo experimentos científicos ou tecnológicos. O Brasil possui foguetes de sondagens operacionais que suprem boa parte de suas necessidades presentes, com uma história bem sucedida de lançamentos.
O primeiro desses veículos foi o Sonda I, projetado para ser aplicado em estudos da alta atmosfera e transporte de cargas úteis meteorológicas de 4,5 kg a 70 km de altitude. Esse foguete foi como uma escola, servindo ao estudo de propelentes (combustíveis) sólidos e outras tecnologias.
Em 1966 iniciou-se o desenvolvimento do foguete mono estágio Sonda II, com propelente sólido, capaz de transportar cargas úteis entre 20 e 70 kg para experimentos na faixa de 50 a 100 km de altitude. Esse foguete foi lançado para verificação de inovações tais como as novas proteções térmicas, propelentes e testes de componentes eletrônicos.
Em 1969 iniciou-se o desenvolvimento do foguete de dois estágios Sonda III, com propulsores capazes de transportar cargas úteis de 50 a 150 kg entre 200 e 650 km de altitude.
Sua fabricação exigiu o desenvolvimento de uma moderna liga de aço conhecida como 300M, posteriormente exportada para a fábrica de aviões Boing, que a utiliza no trem de pouso do seu famoso Boeing 747.
Em 1974 tem início a segunda fase do desenvolvimento de foguetes brasileiros equipados com sistemas de pilotagem, com o projeto do Sonda IV, capaz de transportar cargas úteis de 300 a 500 kg entre 700 e 1.000 km de altitude.
O Sonda IV contribuiu sensivelmente para o desenvolvimento de grande parte das tecnologias imprescindíveis ao Veículo Lançador de Satélites (VLS), como materiais compostos, aço de ultra-alta resistência, eletrônica de bordo, etc. O Brasil também operou com outros veículos de sondagem, como o Orion, da Agência Espacial Alemã, e o VS-40, construído a partir de um estágio do VLS, para testes.
Lançador de satélites
O VLS-1 é um lançador de satélites convencional lançado a partir de plataforma terrestre. O desempenho do VLS-1 permite a inserção de satélites com massa de 100 a 350 kg em órbitas circulares entre 250 e 1.000 km, em larga faixa de inclinações, de equatoriais a polares.
Apesar de pequeno comparado a outros países de produto interno bruto semelhante, o programa de pesquisa e desenvolvimento de foguetes de sondagem e do VLS já incorporou grandes benefícios, retornando para o Brasil tudo o que foi investido.
A economia nacional também se beneficia na forma de materiais para fabricação dos propelentes ou de tecnologias derivadas. Vários produtos estratégicos constavam da pauta de importação brasileira. Hoje eles já estão sendo produzidos no Brasil em escala industrial, inclusive suprindo o mercado nacional com matéria-prima em geral para a fabricação de colas, tintas, borrachas para solado de calçado, juntas de dilatação, espumas etc.
O elenco completo de benefícios para a sociedade, das pesquisas e do desenvolvimento aeronáutico e espacial é imenso. E o valor desses benefícios é muitas vezes maior do que tudo que já foi investido no programa espacial brasileiro.
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