Essas gloriosas e ao mesmo tempo fantasmagóricas formas têm sido chamadas de “Pilares da Criação” porque o lugar é um enorme berçário de estrelas, situado na nebulosa da Águia (M16). Mas é o processo de destruição que faz essas estruturas ainda mais fantásticas.
![Berçario de estrelas](../wp-content/uploads/oldpics/f17/e-aguia.jpg)
Uma das imagens mais icônicas da Astronomia moderna, os deslumbrantes “Pilares da Criação” são um registro de um instante cósmico que não volta mais. Créditos: NASA, ESA e Hubble Heritage Team.
Com mais de cinco anos-luz de “altura”, essas colunas de gás (sobretudo Hidrogênio) e poeira (pequenas partículas de matéria no meio interestelar) foram esculpidas por poderosos “ventos” de estrelas jovens nas proximidades, a cerca de 6.500 anos-luz da Terra, na direção da constelação da Serpente.
A radiação ionizante dessas estrelas aquece as nuvens de gás, fazendo-as crescer e brilhar em comprimentos de onda detectáveis pelo Telescópio Espacial Hubble, que obteve a primeira imagem dos pilares em abril de 1995.
Por meio de sua destruição, novas estrelas nascem e o gás e a poeira colapsam e voltam a se condensar. Na verdade, nossa própria estrela, o Sol, pode ter se formado numa região do espaço tão incrível como essa, cinco bilhões de anos atrás.
E cada nova estrela que se forma ajuda a transformar essas estruturas, que muito provavelmente não têm mais as formas mostradas na imagem. Bastam algumas centenas de anos para mudarem. E saber que elas estão a mais de seis mil anos-luz nos diz que a luz que agora chega aos telescópios terrestres partiu há mais de seis mil anos, quando nem mesmo a escrita humana havia se desenvolvido. Talvez os pilares já tenham sido consumidos pela própria destruição.
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