Essas gloriosas e ao mesmo tempo fantasmagóricas formas têm sido chamadas de “Pilares da Criação” porque o lugar é um enorme berçário de estrelas, situado na nebulosa da Águia (M16). Mas é o processo de destruição que faz essas estruturas ainda mais fantásticas.
Uma das imagens mais icônicas da Astronomia moderna, os deslumbrantes “Pilares da Criação” são um registro de um instante cósmico que não volta mais. Créditos: NASA, ESA e Hubble Heritage Team.
Com mais de cinco anos-luz de “altura”, essas colunas de gás (sobretudo Hidrogênio) e poeira (pequenas partículas de matéria no meio interestelar) foram esculpidas por poderosos “ventos” de estrelas jovens nas proximidades, a cerca de 6.500 anos-luz da Terra, na direção da constelação da Serpente.
A radiação ionizante dessas estrelas aquece as nuvens de gás, fazendo-as crescer e brilhar em comprimentos de onda detectáveis pelo Telescópio Espacial Hubble, que obteve a primeira imagem dos pilares em abril de 1995.
Por meio de sua destruição, novas estrelas nascem e o gás e a poeira colapsam e voltam a se condensar. Na verdade, nossa própria estrela, o Sol, pode ter se formado numa região do espaço tão incrível como essa, cinco bilhões de anos atrás.
E cada nova estrela que se forma ajuda a transformar essas estruturas, que muito provavelmente não têm mais as formas mostradas na imagem. Bastam algumas centenas de anos para mudarem. E saber que elas estão a mais de seis mil anos-luz nos diz que a luz que agora chega aos telescópios terrestres partiu há mais de seis mil anos, quando nem mesmo a escrita humana havia se desenvolvido. Talvez os pilares já tenham sido consumidos pela própria destruição.
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