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Astronomia no Zênite
Estrelas e galáxias - Encontro com as estrelas

Canopus, a estrela-guia

Ela é a segunda mais brilhante do céu noturno, mas chama a atenção tanto quanto a campeã, Sírius. Porém, enquanto Sírius é uma das estrelas mais próximas, a menos de 9 anos-luz, Canopus está a quase 315 anos-luz. E ainda assim brilha como poucas.

Ela é uma supergigante branco-amarelada, 65 vezes maior e 20 mil vezes mais luminosa que o Sol. No palco celeste, Canopus é literalmente uma superstar, e no céu de muitos planetas de outros sistemas solares, provavelmente é a mais brilhante.

Piloto de Tróia

Fácil de localizar (veja como), Canopus é a principal estrela (alfa) da constelação de Carina, a quilha no lendário navio Argus. Essa constelação é visível do polo sul até 37 graus de latitude Norte (uma linha paralela ao equador terrestre que passa pelo sul do estado de Kentucky, nos EUA, pelo Mar Mediterrâneo e o Japão).

Diz a lenda, que sua curiosa denominação vem de Canopo (ou Canobo), o nome do piloto do navio que conduziu Menelau e Helena ao Egito, após a queda de Tróia. O jovem foi amado pela filha de um rei egípcio, e após sua morte deu nome a uma cidade daquele país.

No passado, os povos viajantes do deserto a usavam para indicar a direção aproximada do Sul. Por lá, Canopus aparece no inverno, bem abaixo de Sírius e sempre perto do horizonte, quando não raras vezes a atmosfera turbulenta lhe confere uma cor ligeiramente avermelhada.

O navio Argus
CANOPUS no navio Argus (indicado pela seta). Gravura: The University of Minnesota.

PATRONO
Urania Planetario

Rastreador estelar

Em tempos modernos, mesmo quando um GPS se torna uma orientação mais prática e precisa para se encontrar o rumo, Canopus continua orientando a navegação.

Mas não das naves comuns, aquelas que percorrem os mares da Terra, e sim das que velejam pelo oceano cósmico.

Por causa do brilho e da posição que ocupa no céu (fora do plano da eclíptica, ao contrário de Sírius), Canopus foi muito útil à navegação de sondas espaciais.

Mariner 4VA MARINER IV utilizou um sensor estelar para chegar em Marte. Foi essa sonda que enviou as primeiras imagens do planeta, em 1965.

Naves famosas como a Mariner, a Lunar Orbiter, a Pioneer e a Voyager usaram uma câmera chamada Canopus Star Tracker (o rastreador da estrela Canopus, numa tradução livre).

E mesmo hoje, quando por algum motivo Canopus não é a preferida, as sondas de exploração planetária usam um “sensor estelar” que é essencialmente o rastreador de Canopus desenvolvido na década de 1960. Esses dispositivos contêm, basicamente, um mapa estelar de onde a nave obtém sua orientação correta, sua atitude em voo.

Briga de gigantes

A temperatura de Canopus oscila entre 6 mil e 8 mil graus. No centro da estrela, o hélio já começa a se converter em carbono, e embora não tenha massa o bastante para explodir como uma supernova, Canopus vai acabar “queimando” esse carbono em oxigênio – e vai se transformar numa das maiores anãs-brancas da galáxia.

Canopus (Alfa de Carina)
CorClasse espectralDistância (anos-luz)Luminosidade (Sol=1)Massa (Sol=1)Temperatura superficial (K)Idade (milhões de anos)
AmareloF0 Ia31613.60087.35040

Mas isso não vai ser algo para os humanos verem. O que já presenciamos – e podemos ver de novo – foi quando outra estrela da constelação de Carina teve uma enorme erupção de brilho e superou Canopus de sua segunda posição no céu, ainda que por um curto período de tempo. Seu nome é Eta Carina, e ela está prestes a explodir… Artigo de Astronomia no Zênite

 

Eta-Carina, pronta para explodir
Missões espaciais

Publicação em mídia impressa
Costa, J. R. V. Canopus, a estrela-guia. Tribuna de Santos, Santos, 5 nov 2007. Caderno de Ciência e Meio Ambiente, p. D-2.
Créditos: Costa, J.R.V. Canopus, a estrela-guia. Astronomia no Zênite, jan. 2008. Disponível em: <https://zenite.nu/canopus-a-estrela-guia>. Acesso em: 21 nov. 2024.
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