14 DE JANEIRO – HUYGENS EM TITÃ
Ela levou duas horas para completar seu histórico pouso na superfície de Titã, sobrevivendo à entrada atmosférica e enviando dados e imagens durante a descida e após o pouso. O feito é um marco na Astronáutica e um grande sucesso da Agência Espacial Européia. A missão foi a primeira a realizar um pouso num satélite de outro planeta. A Huygens revelou um mundo extraordinário, semelhante à Terra em muitos aspectos, mas com ingredientes diferentes. Sua superfície é largamente plana, com uma textura de barro molhado salpicada por pedras de gelo. Mas a posterior análise dos dados mostrou que a existência de vida é improvável.
2 DE ABRIL – PLANETA EXTRA-SOLAR FOTOGRAFADO
Acredita-se que ele tenha no máximo o dobro do tamanho de Júpiter. Sua estrela-mãe, GQ Lupi, é uma “versão jovem” do nosso Sol. As imagens foram obtidas através do Very Large Telescope, no Chile, com a ajuda do telescópio espacial Hubble e do japonês Subaru. O planeta aproximadamente 100 vezes mais longe de seu sol que a Terra, um fator que acabou ajudando a separar a luz dos dois objetos – mas a imagem não é uma unanimidade, sendo alvo de constante debate no meio científico.
24 DE ABRIL – AURORAS MARCIANAS
O planeta Marte também tem auroras. Mas de um jeito que nenhum outro mundo conhecido tem. Na Terra, as auroras boreais e austrais surgem da interação entre partículas eletricamente carregadas emitidas pelo Sol e a magnetosfera da Terra. O mesmo mecanismo dos planetas gigantes. Mas as auroras marcianas ficam ao redor de áreas onde a concentração de rochas magnéticas é maior, já que o planeta praticamente não apresenta um campo magnético. O espectrógrafo da Mars Express detectou uma enorme aurora a 50 graus de latitude sul. A longo do ano outras mais foram confirmadas.
25 DE MAIO – A FRONTEIRA FINAL?
Passados quase 28 anos desde seu lançamento, a Voyager 1 finalmente pode ter chegado à borda do nosso sistema planetário, uma região conhecida como termination shock, a 14 bilhões de quilômetros do Sol. Acredita-se que essa região antecede a heliopausa, onde a influência do Sol perde intensidade para as outras estrelas. As sondas Voyager 1 e 2 foram lançadas separadamente com a missão de explorar os planetas gigantes gasosos. Os primeiros indícios de que a Voyager 1 entrara numa região nova e nunca estudada do Sistema Solar começaram a surgir no final de 2003.
4 DE JULHO – IMPACTO PERFEITO
Após apenas seis meses de viagem, a missão Deep Impact (Impacto profundo) atingiu com sucesso o cometa Tempel 1 com um um projétil arremessado a uma velocidade de 37 mil quilômetros por hora. Observando tudo a 8.450 quilômetros de distância, a nave-mãe apontou dois telescópios e um espectrômetro de infra-vermelho para o local de impacto, estudando os fragmentos ejetados da colisão numa posição privilegiada. O impacto de um projétil de 372 kg com o núcleo de 6,5 quilômetros do cometa Tempel 1 produziu um intenso flash de luz na superfície do astro (foto).
29 DE JULHO – MAIOR QUE PLUTÃO
Não era exatamente inesperado, mas caiu como uma “bomba” no meio astronômico. Ele é mais um objeto achado no Cinturão de Kuiper, além da órbita de Netuno, mas desta vez é maior que Plutão. Sua estranha órbita, inclinada 45º em relação ao plano médio dos maiores planetas do Sistema Solar, justifica o achado: ninguém olha nessa direção procurando planetas. Além disso, ele apenas reflete um pouco da luz de um sol longínquo, três vezes mais afastado que Plutão. Ainda sob uma denominação provisória, 2003UB313 pode ser considerado, pela definição atual, o décimo planeta. Mas até quando?
1º DE AGOSTO – RETORNO TÍMIDO
Foi a primeira missão de um ônibus espacial desde o desastre do Columbia, em fevereiro de 2003. Mas não foi tranqüíla. O lançamento do Discovery aconteceu após inúmeros adiamentos, sempre por causa de adoção de normas de segurança mais rígidas. Assim mesmo uma câmara instalada no tanque exterior de combustível mostrou que pedaços de espuma isolante se desprenderam após a separação dos propulsores laterais, mas não atingiram a nave. Segundos mais cedo e isso poderia ter originando uma situação semelhante à vivida pelo Columbia. Novos voos só em 2007.
12 DE SETEMBRO – O FALCÃO E O ASTERÓIDE
A sonda Hayabusa (falcão peregrino em japonês) alcança o asteróide Itokawa depois de viajar por um bilhão de quilômetros pelo espaço. Em novembro a sonda faria algo extraordinário: após tocar a superfície do asteróide, ela iniciaria um procedimento de coleta de material do solo com uma mini-sonda auxiliar, e então retomaria o caminho de volta para a Terra. Na primeira tentativa ela não conseguiu. Depois sim, mas problemas técnicos não dão garantia de uma coleta bem sucedida, e o regresso teve de ser atrasado. Se tudo der certo, a volta para casa será em 2010.
19 DE SETEMBRO – TEMPO DE REGRESSAR
A NASA anunciou oficialmente sua intenção de regressar à Lua em 2018. Mas para ser um programa bem sucedido, será necessário finalizar a construção da Estação Espacial Internacional e desenvolver um novo veículo reutilizável, o CEV (Crew Exploration Vehicle), em substituição aos atuais ônibus espaciais. O CEV vai transportar o dobro de astronautas que as cápsulas Apollo e permitir uma exploração completa da Lua em duas missões anuais, com permanências de até seis meses. O financiamento de U$ 104 bilhões deve provocar cortes em outros programas espaciais.
11 DE OUTUBRO – DOIS CHINESES EM ÓRBITA
A China colocou em órbita sua segunda missão espacial tripulada. Fei Junlong, de 40 anos, e Nie Haisheng, 41, até tomaram um susto quando o centro de controle de Jiuquan relatou um possível vazamento de ar do interior da cápsula, mas a missão terminou bem e foi coroada de sucesso. A histórica Shenzhou 5 voou em 15 de outubro de 2003, com o primeiro chinês em órbita da Terra, Yang Liwei. O país já planeja sua primeira estação espacial para 2010. Apenas China, Estados Unidos e Rússia são capazes de enviar missões tripuladas ao espaço com recursos próprios.
31 DE OUTUBRO – AS LUAS DE PLUTÃO
A descoberta do nono planeta do Sistema Solar havia feito 75 anos no início do ano. Mas ninguém poderia imaginar que o telescópio Hubble iria fotografar dois fortes candidatos a satélites de Plutão. Se confirmado, Plutão passará três luas em vez de uma (Caronte). São pequeninas, é verdade. As estimativas indicam diâmetros entre 64 e 200 km (Caronte tem 1170 km e Plutão 2270 km). Foi o “contra-ataque” do velho Plutão (que com a descoberta de 2003UB313 correu o risco de deixar de ser planeta). O menor planeta do Sistema Solar, com apenas 70% do tamanho da Lua, parece que é um sistema planetário em miniatura.
4 DE NOVEMBRO – A GIGANTE E SUA COMPANHEIRA QUENTE
O satélite FUSE, da NASA, confirmou a existência da estrela companheira de Eta Carinae, uma das mais maciças e incomuns da nossa galáxia (foto). A descoberta confirma os cálculos do astrônomo brasileiro Augusto Damineli. Eta Carinae é uma estrela variável irregular a cerca de 7.500 anos-luz da Terra, na constelação da Quilha, e que pode se transformar em supernova a qualquer momento. A detecção só foi possível por causa da sensibilidade do FUSE à região do espectro onde a companheira de Eta Carinae emite mais energia, dada sua elevada temperatura.
31 DE DEZEMBRO – UM SEGUNDO A MAIS
O padrão internacional de tempo, chamado Tempo Universal Coordenado (UTC, na sigla em inglês) é baseado em padrões atômicos em vez da rotação da Terra, e por isso deve ser reajustado periodicamente. É que a ação gravitacional do Sol e da Lua e os deslocamentos de massa no planeta diminuem a velocidade de rotação, aumentando a duração do dia. Desde 1972 já foram adicionados 22 segundos ao UTC. Este ano foi tempo de mais um. À meia-noite de 31 de dezembro, um segundo foi adicionado aos relógios de todo o mundo.
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