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Astronomia no Zênite
Diário astronômico - Arquivo de notícias

Retrospectiva 2002

 de Astronomia e Astronáutica
ArtConcepção artística

12 DE JANEIRO – NOVOS MUNDOS – 12/01/02

A nuvem de poeira em volta da estrela Vega pode conter indícios de um planeta. Vega localiza-se a 25 anos luz da Terra, na constelação de Lira. Observações feitas em 1983 com o satélite IRAS proveram o primeiro indício da formação de planetas. As novas observações são sensíveis a estruturas tão pequenas quanto 20 unidades astronômicas (aproximadamente o tamanho da órbita de Saturno). Em setembro foi anunciada a descoberta do centésimo planeta encontrado fora de nosso Sistema Solar. Em órbita da estrela Tau Gruis, na constelação austral do Grou, ele possui cerca de 1,2 vezes a massa de Júpiter.

SaturnoSaturno visto pelo Paranal

1º DE FEVEREIRO – PODEROSO PARANAL

Graças ao sistema de óptica adptativa denominado NAOS-CONICA, instalado nos telescópios do European Southern Observatory (ESO) no Paranal, Chile, obteve-se imagens do planeta Saturno com clareza impressionante e sem precedentes para um telescópio na Terra. A imagem é, na verdade, uma combinação de duas exposições fotográficas próximas do infravermelho que destacam a intricada atmosfera planetária e os anéis. Na foto, a mancha luminosa em torno do equador são os restos de uma tempestade gigante que durou mais de 5 anos.

LuaLua

12 DE MARÇO – CORAÇÃO DE TITÂNIO

Muitos especialistas acreditam que a Lua tem um pequeno núcleo metálico. Mas a análise dos abalos sísmicos lunares feita pelos astronautas da missão Apolo sustenta que a densidade desse núcleo não é maior que 4,7 g/cm³ — bem abaixo da densidade dos dois maiores candidatos, o ferro puro e uma mistura de enxofre e ferro. Mas uma nova alternativa sustenta que o núcleo da Lua seria composto por silicatos fundidos enriquecidos com titânio. Este metal já é encontrado nos fluxos de lava que cobriram os chamados mares lunares. Isto pode ser um indicativo de que o material tenha aflorado à superfície desde um núcleo com cerca de 800 km.

ConeNebulosa do Cone

30 DE ABRIL – NOVA CÂMERA DO HUBBLE

A resolução dos melhores monitores ou câmeras digitais não são suficientes para exibir a beleza das novas imagens obtidas pela Advanced Camera for Surveys, instalada no Telescópio Espacial Hubble. Cada imagem tem aproximadamente 16 milhões de pixels, contra os 4 milhões das câmeras mais avançadas do mercado. A imagem da nebulosa do Cone (foto ao lado), na constelação do Unicórnio, foi a que mais surpreendeu. Ela é muito semelhante aos majestosos pilares da Nebulosa da Águia (M16), fotografados pelo Hubble em 1995.

Luas de JúpiterJúpiter e algumas de suas luas

16 DE MAIO – MAIOR E COM MAIS LUAS

Já era sabido que Júpiter é o maior planeta do Sistema Solar. Este ano descobriu-se também que ele tem o maior número de satélites conhecidos: trinta e nove. A constatação foi obtida com a observação de 11 novas luas irregulares, com diâmetros entre dois e quatro quilômetros, girando em órbitas excêntricas e retrógradas. Entre os 39 satélites de Júpiter, 31 são irregulares. Esses objetos devem ter sido capturados por Júpiter durante a formação do Sistema Solar.

IoImagens de Io

16 DE JUNHO – A FÚRIA DE IO

Exibidas ao público as imagens mais próximas já obtidas de Io, satélite de Júpiter e corpo celeste com maior atividade geológica de todo o Sistema Solar. Elas permitiram identificar 13 novos vulcões. Em novembro seria fotografada a mais energética erupção vulcânica já registrada em todo Sistema Solar: 6.500 vezes mais forte que a do Etna de 1992, cobrindo uma área maior que a cidade de São Paulo. Com o fim da missão Galileo, que registrou o vulcanismo de Io por oito anos, telescópios terrestres vão efetuar observações quase contínuas do satélite, o único lugar no Sistema Solar, além da Terra, em que se conhecem vulcões ativos.

CONTOURCONTOUR

3 DE JULHO – VIAGEM INTERROMPIDA

Lançada a sonda CONTOUR (COmet Nucleus TOUR) para analisar de perto dois cometas, num período de quatro anos. Mas quando a sonda estava a 225 km de altitude sobre o oceano Índico fez seu último contato. Após isso, todas as tentativas para contactá-la ficaram sem resposta. Talvez tenha explodido quando tentou acionar seus motores para escapar da órbita terrestre. Mas essa hipótese ainda nunca foi confirmada. Os esforços para encontrá-la terminaram em dezembro. Se fosse bem sucedida, teria visitado o cometa Encke (em 2004) e o Schwassmann-Watchmann 3 (em 2006), que se partiu em vários pedaços em 1995.

PlutãoPlutão e Caronte

23 DE AGOSTO – ACALOURADO PLUTÃO

Plutão pode estar experimentando uma tendência de aquecimento em sua superfície e de resfriamento da atmosfera, segundo cientistas planetários. Sua atmosfera está sofrendo um esfriamento, enquanto a superfície parece estar menos fria. Essas mudanças são inevitáveis dado sua órbita altamente excêntrica e está indo para ainda mais longe do Sol. Enquanto isso a missão para este planeta esteve perto do cancelamento definitivo. Mas em meio a acalouradas discussões no congresso americano, com destaque para a petição da Planetary Society, evitou-se o pior. O voo da New Horizons ainda tem data marcada: 2006.

VoyagerMissão Voyager

5 DE SETEMBRO – 25 ANOS DA VOYAGER

A Planetary Society – Brasil realizou durante o mês de setembro um ciclo de palestras sobre os 25 anos da Missão Voyager, as duas naves lançadas em 20 de agosto e 5 de setembro de 1977 que obtiveram importantes resultados sobre Júpiter, Saturno, Urano e Netuno. Agora dos confins do Sistema Solar, elas continuam a enviar informações para a Terra. Pertence as Voyager o crédito pela descoberta da natureza da Grande Mancha Vermelha e os anéis de Júpiter, o vulcanismo de Io e diversas novas luas dos gigantes gasosos.

ISSISS sobre Brasília

3 DE OUTUBRO – BRASIL AINDA NA ISS

Foi por pouco. O Brasil informou a NASA que não proveria o Express Pallet, dispositivo para acomodar experimentos na área externa da Estação Espacial Internacional (ISS). O rompimento do acordo poderia ter resultado na saída da nação — a única do hemisfério sul — da construção da estação. Mas reuniões no Centro Espacial Johnson, em Houston (EUA), modificaram a relação de dispositivos e serviços que o Brasil precisará fornecer para a ISS, mantendo o país no programa. Segundo a Agência Espacial Brasileira, o Pallet estava superando o custo total previsto para a participação nacional.

SaturnoPlaneta Saturno

1º DE NOVEMBRO – ABRINDO OS OLHOS PARA SATURNO

Assim como fazem milhares de astrônomos em todo o mundo, a sonda Cassini também está observando Saturno. Ela usa um instrumento com 200mm de distância focal, semelhante ao de muitos amadores. Sua vantagem óbvia é o “sítio de observação”: um local no espaço a 285 milhões de km do planeta (na Terra, estamos a um bilhão e 248 milhões de km). Melhor ainda: a Cassini está chegando cada vez mais perto. Em 1° de julho de 2004 estará em órbita do planeta, quando então efetuará uma série de experimentos científicos, entre eles a liberação da sonda Huygens, que penetrará sob a densa atmosfera da lua Titã.

PioneerPioneer 10

19 DE DEZEMBRO – O SUSSURRO DA PIONEER

Captado um sinal de rádio procedente da primeira espaçonave a ir além de Plutão. A Pioneer 10, lançada em 1972 e agora a 12,1 bilhões de quilômetros da Terra, estava silenciosa desde março. Na velocidade da luz, um sinal de rádio leva mais de 11 horas para atingir a Pioneer 10. A Deep Space Station, perto de Madrid, foi quem primeiro captou o chamado da sonda. Viajando em direções distintas, as Pioneer 10 e 11 foram as primeiras a cruzar o cinturão de asteróides e enviar imagens dos planetas Júpiter e Saturno, porém a Pioneer 11 não mais se comunica com a Terra.

ChinaLançamento chinês

29 DE DEZEMBRO – A ODISSÉIA CHINESA NO ESPAÇO

A China está prestes a se tornar o terceiro país a fazer parte do clube das nações com tecnologia para lançamentos orbitais tripulados, depois da Rússia (desde 1961) e Estados Unidos. Foi colocada em órbita a cápsula espacial Shenzhou 4, naquele que deverá ser o último voo teste antes da primeira missão tripulada com a Shenzhou 5. A bordo da Shenzhou (algo como “Embarcação Divina”) seguem várias experiências científicas e dois manequins em lugar dos futuros “taikonautas” (como serão chamados os astronautas chineses). A missão tripulada deve ocorrer em 2003. Artigo de Astronomia no Zênite

 

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Créditos: Costa, J.R.V. Retrospectiva 2002. Astronomia no Zênite, 31 dez. 2002. Disponível em: <https://zenite.nu/retrospectiva-2002>. Acesso em: 26 jul. 2024.
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