Astronomia no Zênite
Diário astronômico

Novidades do Espaço Exterior – Ano I – Nº 16

Novidades do Espaço Exterior Antena
 Ano I – Nº 16

Pioneer 10 é reencontrada

 Science@Nasa – 2 de maio de 2001

Nos últimos dias uma curiosa transmissão foi captada por uma rede de antenas astronômicas em Madri. O sinal era extremamente fraco e vinha de uma direção próxima à estrela Aldebaran, da constelação de Touro. Decididamente, era um sinal inteligente — e familiar. Era a espaçonave Pioneer 10, lançada em 1972 e cujo sinal havia sido perdido desde agosto do ano passado.

A lendária Pioneer 10 está agora cerca de duas vezes mais distante do Sol do que Plutão, e foi a primeira a cruzar o cinturão dos asteroides, a primeira a visitar Júpiter e também a primeira a usar a força de gravidade de um planeta para atingir a velocidade de escape do Sistema Solar. Sua energia vem do decaimento radioativo do plutônio 238 e, embora a meia-vida desse isótopo seja de 92 anos, os controladores da missão sabem que o dispositivo de força não pode gerar eletricidade para continuar transmitindo por muito tempo.

A viagem da Pioneer 10, no entanto, vai continuar. Mas o primeiro encontro estelar não ocorrerá antes de 300 mil anos, quando a nave passar diante da anã vermelha Ross 248, em Touro, há 10,3 anos-luz da Terra. A Pioneer 10 leva uma mensagem destinada a formas de vida inteligentes que quiça possa encontrar em sua jornada. Trata-se de uma placa de alumínio folheada a outro, com inscrições elaboradas por Frank Drake e Carl Sagan (1934-1996).

Os planetas de Órion

 Spaceflight Now – 3 de maio de 2001

Quando em 1993 o telescópio espacial Hubble (HST) examinou a nebulosa de Órion pela primeira vez acreditou-se que as imagens proveriam uma substancial fonte de argumentos em favor da formação de sistemas planetários. Porém, de acordo com novos estudos, demora cerca de dez milhões de anos para a formação de um planeta, e as estrelas maciças de Órion são mais de 100 mil vezes mais luminosas que o Sol, de modo que os níveis de radiação estelar seriam capazes de destruir os possíveis protoplanetas em poucas centenas de milhares de anos.

Para Robert O’Dell, cientista chefe da equipe que realizou os primeiros estudos da nebulosa de Órion com o HST, os discos de poeira de Órion podem ser destruídos antes que planetas possam formar-se. Ainda que esteja correto, O’Dell afirma que uma entre dez estrelas da nebulosa tem chance de desenvolver sistemas planetários, num futuro distante.