Novidades do Espaço Exterior – Ano III – Nº 106
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| Ano III – Nº 106 |
Nuvens muito especiais
A tripulação da Estação Espacial Internacional (EEI) tem acompanhado com interesse as espetaculares visões das nuvens noctilucentes (NLCs), cuja origem ainda não é inteiramente conhecida. Essas formações atmosféricas são um fenômeno relativamente novo.
As intrigantes nuvens brilhantes e azuladas foram observadas pela primeira vez em 1885, cerca de dois anos após uma grande erupção do monte Krakatoa, na Indonésia, que lançou grandes quantidades de cinza na atmosfera. Na época se considerou que as nuvens eram reflexos da erupção.
Porém, anos depois, a cinza se dispersou e as nuvens ainda perduravam. Sabe-se que as NLCs são constituídas por minúsculos cristais de gelo, que refletem a luz do Sol e lhes conferem o característico brilho azulado.
Contudo, como esses cristais se formam é ainda um mistério, pois as nuvens estão localizadas numa camada da atmosfera chamada mesosfera, entre 50 e 85 km de altitude e extremamente seca, apesar de fria. “Nas últimas semanas, estamos aproveitando visões fantásticas dessas nuvens sobre o hemisfério Sul”, disse o astronauta Donald Pettit para a NASA TV.
“Com freqüência as vimos quando sobrevoamos a Austrália e a extremidade da América do Sul”. E acrescentou: “essas nuvens estão literalmente na borda do espaço”. Pettit está a bordo da EEI há mais de 90 dias.
Entre a Terra e o Sol
Confirmado o primeiro objeto circundando o Sol numa órbita interior a Terra – além dos planetas Vênus e Mercúrio. É um asteroide, entre muitos que podem se esconder nesta região do espaço difícil de examinar. Milhões de asteroides ficam entre Marte e Júpiter (e portanto exteriores à órbita terrestre).
Centenas deles já foram encontrados viajando no Sistema Solar interior, mas até agora todos tinham trajetórias alongadas que os levavam para além da órbita terrestre.
Não é o caso do asteroide 2003 CP20. Baseado em estimativas de brilho, esse objeto deve ter cerca de 1 km de extensão e está fora do alcance dos telescópios amadores.
A descoberta foi realizada no início desta semana pelos membros do Projeto LINEAR (Lincoln Near Earth Asteroid Research) do Instituto de Tecnologia de Massachusetts. Como a maioria dos asteroides, sua órbita está longe de ser circular, mas assim mesmo seu afélio é interno à órbita da Terra.


