Astronomia no Zênite
Diário astronômico

Novidades do Espaço Exterior – Ano III – Nº 105

Novidades do Espaço Exterior Antena
 Ano III – Nº 105

Universo bebê

 Science@Nasa – 11 de fevereiro de 2003

A NASA divulgou hoje a melhor foto já obtida dos primeiros instantes do Universo. O feito pertence a sonda Wilkinson Microwave Anisotropy Probe (WMAP). Lançada em junho de 2001, ela está em órbita em torno do ponto Lagrange 2 (L2), a cerca de um milhão e meio de quilômetros da Terra.

A missão da WMAP é medir com precisão de milionésimos de graus as ínfimas flutuações de temperatura (ou anisotropias) presentes no cosmos depois do Big Bang, o evento que criou a matéria, o espaço e o tempo. Uma das maiores surpresas reveladas pelos dados da sonda foi a descoberta de que a primeira geração de estrelas começou a brilhar cerca de 200 milhões de anos após o Big Bang, muito antes do que muitos pesquisadores pensavam.

E mais, segundo os dados da WMAP, a idade do cosmos é de 13,7 bilhões de anos, com a notável margem de erro de apenas 1%. E a teoria da inflação continua valendo. O conteúdo do Universo inclui apenas 4% de matéria comum (átomos), 23% de matéria escura (de natureza ainda não conhecida) e 73% da misteriosa energia escura.

A luz mostrada na imagem do Universo feita pelo WMAP viajou mais de 13 bilhões de anos até alcançar a sonda e as cores indicam a temperatura (vermelho, mais “quente” e azul mais “frio”). A projeção oval da imagem resulta da captura de todo o firmamento.

Lágrimas de fogo

 Hubble Public Pictures – 6 de fevereiro de 2003

O canto de cisne de uma estrela é acompanhado por lágrimas ardentes que riscam o espaço. Esta poderia ser a interpretação “romântica” da mais recente imagem revelada pelo telescópio espacial Hubble, que capturou um close-up da Nebulosa do Haltere, a 1.200 anos-luz da Terra.

A foto exibe uma série de nós gasosos brilhantes, nuvens isoladas com até três vezes a massa da Terra e cujos tamanhos variam de 17 a 56 milhões de quilômetros. A Nebulosa do Haltere, ou M27 (Messier 27), foi o primeiro objeto do famoso catálogo compilado pelo astrônomo francês Charles Messier, em 1764.

Trata-se de uma nebulosa planetária, denominação que nada tem a ver com planetas. M27 é resultado da expulsão das camadas exteriores de uma estrela no fim de sua existência.

Os nós observados se formam entre as porções “quentes” (ionizada) e “frias” (neutra) da nuvem e parecem fazer parte da evolução das nebulosas planetárias, pois se formam ainda nos estágios iniciais da expansão. Nós similares também foram descobertos em outras nebulosas planetárias e fazem parte do mesmo esquema evolucionário.