Astronomia no Zênite
Diário astronômico

Novidades do Espaço Exterior – Ano II – Nº 80

Novidades do Espaço Exterior Antena
 Ano II – Nº 80

CONTOUR: procura-se uma caçadora de cometas

 Spaceflight Now – 15 de agosto de 2002

Lançada no dia 3 de julho, na Flórida, os motores da CONTOUR foram acionados ontem às 4h49min (horário da Flórida), quando a sonda estava a 225 km de altitude sobre o oceano Índico – e longe das antenas da NASA. Após isso, todas as tentativas para contactá-la ficaram sem resposta.

A NASA pediu ajuda a astrônomos amadores para tentar localizar a sonda, mas foi um telescópio operado pelo programa de detecção de asteroides Spacewatch quem fotografou dois objetos além da órbita da lua que podem ser os restos da CONTOUR. Ela teria explodido quando tentou acionar seus motores para escapar da órbita terrestre, embora essa hipótese ainda não esteja confirmada.

O nome CONTOUR é um acrônimo para COmet Nucleus TOUR, que pode ser traduzido livremente para “Viagem ao Núcleo do Cometa”. O objetivo da sonda é analisar dois cometas, num período de quatro anos.

A volta de Mira, a maravilhosa

 Spaceflight Now – 13 de agosto de 2002

Mira, que em latim quer dizer “maravilhosa” é uma estrela vermelha com atmosfera muito estendida e uma baixíssima temperatura superficial. Ela fica na constelação da Baleia e já era conhecida antes da invenção do telescópio (foi descoberta em 13 de agosto de 1596). Mira tem novecentas vezes o diâmetro do Sol e se fosse colocada no lugar deste, engoliria os planetas até quase a órbita de Júpiter.

E o mais incrível é que seu brilho varia, com oscilações regulares de 332 dias que podem ser acompanhadas por qualquer amador. Mira é uma estrela variável, fato corriqueiro na Astronomia, não fosse essa estrela uma das mais espetaculares variáveis do firmamento.

Esta semana Mira atinge seu brilho máximo, sendo facilmente visível a olho nu. O quanto ela brilhará é algo incerto. Num pico típico sua magnitude atinge 3,4. Em fevereiro de 1997 ela ficou entre 2,6 e 1,9 (quanto menor, mais brilhante). Seu recorde absoluto foi em 1779, quando quase atingiu o mesmo brilho de Aldebaran (0,9).

O mais interessante é que seu brilho mínimo chega à nona magnitude, completamente fora de alcance da visão humana. Portanto, não deixe para 2007 o que você pode fazer esta semana: procure um local com pouca iluminação urbana e encontre Mira, a maravilhosa.