Novidades do Espaço Exterior – Ano II – Nº 56
Ano II – Nº 56 |
Atraindo a atenção
De vez em quando alguma coisa aparece no céu atraindo a atenção daqueles que normalmente não se importam em olhar para cima. É exatamente o que está para acontecer com a Lua e os dois maiores planetas do Sistema Solar.
Na noite da próxima quarta-feira, dia 20, e novamente na sexta-feira, dia 22, os telefones vão tocar nos observatórios locais e quem sabe até nos distritos policiais. Pessoas apressadas relatarão OVNIs ao perceber, entusiasmadas, um objeto muito brilhante que parecerá tocar o satélite natural da Terra.
Dia 20, por volta das 21h15min (Hora de Brasília), Saturno, o verdadeiro senhor dos anéis, passará a menos de um grau da Lua. Dia 22, quase no mesmo horário até às 23h20min será Júpiter quem quase “toca” a superfície lunar. A ocultação completa não será visível no Brasil, mesmo assim a aproximação entre esses astros será um evento único nos últimos 30 anos. E outra chance como essa só depois de 2020.
O coração da Lua
Cálculos baseados na atração gravitacional da Terra e do Sol sobre a Lua forneceram novas evidências de que o centro do nosso satélite natural pode ser pastoso, e não sólido. Os cálculos seguiram fórmulas criadas pelo matemático Augustus Love, e tomaram como ponto de partida observações feitas a partir da Terra sobre as mudanças na superfície lunar.
Não é a primeira evidência a sugerir a existência de uma camada de rocha derretida sob a crosta lunar. Durante as missões Apolo, sismógrafos colocados na superfície descobriram que eventuais abalos sísmicos perdiam subitamente a energia a uma profundidade média de 1.000 km.
As descobertas sobre o centro da Lua podem ajudar na compreensão de como os planetas se resfriam e envelhecem. Num futuro próximo, experimentos usando feixes de laser poderão determinar com segurança a natureza do “coração lunar”.
Terra mede a temperatura do mar com precisão
Um novo sensor a bordo do satélite Terra está efetuando coletas diárias e de alta precisão da temperatura de todos os mares do globo. Através de um termômetro sofisticado chamado Moderate-resolution Imaging Spectroradiometer (MODIS) os cientistas poderão avançar em estudos sobre como os oceanos e a atmosfera de nosso mundo interagem, definindo padrões de tempo e clima.
Os mecanismos que causam as mudanças climáticas na Terra apresentam mudanças de temperatura muito sutis. A precisão do MODIS é da ordem de 0,25°C, mais de duas vezes superior a de outros satélites, e isto será útil na previsão de fenômenos como El Nino e La Nina.