Novidades do Espaço Exterior – Ano I – Nº 49
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Ano I – Nº 49 |
Doces meteoritos
Um cientista da NASA descobriu açúcar em dois meteoritos, obtendo com isso a primeira evidência de outro composto fundamental da vida de origem extraterrestre. Dr. George Cooper e cooperadores, do Ames Research Center identificou um composto chamado “di-hidroxiacetona” e vários outros açucares correlatos, nos fragmentos dos meteoritos Murchison e Murray.
O meteorito Murchison foi achado na Austrália em 1969 é o mais famoso exemplar de meteorito do tipo carbonífero condrite, com ampla variedade de substâncias orgânicas. O meteorito Murray caiu em 1950 e foi descoberto durante escavações em um banco de areia no Canadá, possuindo composição similar ao Murchison.
Os compostos orgânicos (à base de carbono) são essenciais à vida tal como a conhecemos. Eles servem desde o fornecimento de energia as células até à estrutura das moléculas de DNA e RNA, que contêm o material genético dos organismos vivos. A doce descoberta dá suporte à idéia de que a vida na Terra surgiu, pelo menos em parte, a partir de matéria-prima proveniente de asteroides e cometas. Em 1962, cientistas reportavam a detecção desses compostos em meteoróides, mas na ocasião foram incapazes de confirmar a origem extraterrestre dos açúcares.
O honroso descanso da Deep Space 1
Após mais de três anos e duas voltas em torno do Sol, a NASA desativou a sonda automática Deep Space 1 (Espaço Profundo 1, em tradução livre), lançada em outubro de 1998 para testar o potencial de um novo sistema de propulsão de foguetes: o propulsor de íons. Durante sua vida útil, a Deep Space 1 obteve feitos memoráveis, como os incríveis registros fotográficos do cometa Borrelly em setembro de 2001, e do asteroide Braille em 1999 (nome em homenagem ao criador da escrita para cegos, Louis Braille).
A pequena sonda de 474 kg testou doze novas tecnologias em sua missão principal (concluída em outubro de 1999). Com o propulsor iônico leva-se mais tempo para atingir a mesma velocidade que através da propulsão convencional. Contudo, o novo sistema é mais barato e confiável.
Dentro de mais um ano, o suprimento de energia que mantém os painéis de solares da sonda apontados na direção correta vai acabar. A partir daí a nave deve permanecer vagando em órbita do Sol. Até lá a NASA pode voltar a fazer contato com a Deep Space 1, mas isso não será necessário.