Novidades do Espaço Exterior – Ano I – Nº 41
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Ano I – Nº 41 |
2001, uma odisseia em Marte
458 milhões de quilômetros. Isto era o que marcava o odômetro da 2001 Mars Odyssey (Odisseia em Marte, numa tradução livre) nesta terça-feira 23, dia da inserção orbital da sonda americana. A manobra foi realizada com sucesso após uma viagem de 200 dias que aproveitou a situação favorável de uma recente oposição de Marte.
Dentro da estratégia faster, better, cheaper (“mais rápido, melhor, mais barato”), implementada pelo diretor da NASA Daniel Goldin (que renunciou ao cargo na semana passada e deve deixar o posto no mês que vem) a Mars Pathfinder e seu robozinho Sojourner já haviam cativado o mundo com novas imagens de Marte em 1997. No mesmo ano, a Mars Global Surveyor entrou em órbita, enviando as melhores fotos já obtidas do Planeta Vermelho. Mesma sorte não teve a dupla de sondas lançada em 1998, Mars Polar Lander e a Mars Climate Orbiter, perdidas em 1999. A 2001 Mars Odyssey foi a primeira a entrar na órbita de Marte desde o fracasso dessas missões.
A Odyssey deverá cumprir uma etapa importante rumo ao planejamento de uma missão tripulada a Marte. Um dos equipamentos da sonda medirá a quantidade de radiação presente no ambiente marciano, aspecto fundamental para garantir a segurança dos pioneiros que visitarão o planeta neste século. Os instrumentos da sonda também estarão à procura de água. A pesquisa dá prosseguimento ao intenso esforço promovido pela NASA para encontrar seres vivos ou fossilizados no Planeta Vermelho.
Mergulho para a morte
Esta semana mais um cometa foi flagrado pelo Solar and Heliospheric Observatory (SOHO) mergulhando no Sol. Alguns cientistas teorizam que os cometas que passam tão perto do Sol são fragmentos de um grande cometa, talvez conhecido pelos antigos astrônomos gregos. Eles acreditam que o grande cometa partiu-se em diversos pedaços, uma “família de cometas”, chamada pelos astrônomos de “sungrazers”. Decididamente sobrevoar o Sol não é um movimento saudável para os cometas, que são compostos de gelo e pó. Somente cometas maiores podem sobreviver a explosão de calor ao se aproximar muito do astro-rei.
A imagem do mergulho fatal do cometa foi capturada por um instrumento do SOHO chamado Large Angle and Spectrometric Coronograph (LASCO). O dispositivo cria uma eclipse total do Sol artificial, ocultando a parte mais luminosa da estrela, método pelo qual os pesquisadores podem estudar a coroa solar (a “atmosfera” do Sol). Fotografar cometas não é novidade para o SOHO. Em seus seis anos em serviço, o satélite observou mais de 365 cometas, de acordo com NASA, transformando-o no maior descobridor de cometas da história de astronomia.
O Observatório SOHO é um projeto de cooperação internacional entre NASA e a agência espacial européia (ESA).