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Astronomia no Zênite
Diário astronômico

Novidades do Espaço Exterior – Ano III – Nº 127

Novidades do Espaço ExteriorAntena
 Ano III – Nº 127

Satélites recém-descobertos recebem nomes

 Spaceflight Now – 25 de julho de 2003

Na 25ª Assembléia Geral da União Astronômica Internacional, realizada de 13 a 26 de julho em Sydney, Austrália, um grupo de trabalho que cuida da nomenclatura dos objetos do Sistema Solar anunciou os nomes de vários satélites planetários descobertos desde o ano 2000. Na lista estão 11 luas jovianas (isto é, pertencentes ao planeta Júpiter), 12 luas de Saturno e uma de Urano.

Os satélites de Júpiter receberam nomes de filhas ou conquistas amorosas de Zeus (Júpiter em grego). Os satélites de Saturno receberam denominações de origem escandinávia, inuit e de gigantes gauleses, enquanto a lua de Urano recebeu o nome de um personagem de William Shakespeare em “A Tempestade”. Todas as nomenclaturas seguem tradições mitológicas ou históricas já estabelecidas no passado.

O efeito Urca: matador de estrelas

 Folha On Line – 22 de julho de 2003

O Brasil será o segundo país do mundo a ter um instituto de cosmologia. O anúncio foi feito pelo ministro da Ciência e Tecnologia, Roberto Amaral, durante a abertura do 10º Encontro Marcel Grossman, no Rio de Janeiro. O Instituto Nacional de Cosmologia, Relatividade e Astrofísica do Brasil (ou Icra-BR) receberá o apoio do Centro Internacional para Astrofísica Relativista da Unesco, além dos governos de países europeus.

E o primeiro estudo a levar o nome dessa instituição já é uma descoberta importante para a astrofísica. Seus autores interpretaram a observação do disparo de raios gama e a subseqüente assinatura da supernova como traços vindos de um mesmo objeto.

Eles acreditam que sejam dois fenômenos distintos: o disparo de raios gama seria o causador da supernova, não efeito dela! Disparos de raios gama aparentemente são formados a partir de estrelas que entram em colapso, mas que não produzem as explosões típicas das supernovas.

Em seu lugar uma violentíssima emissão de raios gama é disparada, digamos, na direção de uma estrela vizinha, que entra em colapso em questão de horas, explodindo numa supernova e se transformando numa estrela de nêutrons. Esse processo de formação de uma estrela de nêutrons foi detalhado pelo russo George Gamow (1904-1968) e pelo brasileiro Mário Schenberg (1914-1990) no século passado.

Eles demonstraram como uma estrela perde parte de sua energia à medida que neutrinos são expelidos do núcleo em ritmo alucinante, causando um rápido esfriamento do astro.

O fenômeno foi batizado na literatura científica como “processo Urca”, uma referência ao famoso cassino carioca, onde o dinheiro que um jogador leva consigo “escoa” rapidamente para o cassino. O trabalho realizado em cooperação com pesquisadores do Icra-BR é o primeiro a confirmar as previsões do efeito Urca com dois objetos distintos: duas estrelas de nêutrons batizadas de Urca-1 e Urca-2 – uma nova classe de fenômenos astronômicos.