Novidades do Espaço Exterior – Ano III – Nº 126
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Ano III – Nº 126 |
Mars Express: Terra e Lua vistos a caminho de Marte
A oito milhões de quilômetros de casa, em seu caminho para Marte, a sonda Mars Express da Agência Espacial Européia fez um teste de sua câmera de alta resolução, a High Resolution Stereo Camera (HRSC).
A foto, tirada no dia 3 de julho, é na verdade uma combinação de uma imagem em preto-e-branco com informações em azul, verde e vermelho, obtidas pelos sensores do instrumento. O alvo, como não poderia deixar de ser, é o sistema Terra – Lua, nosso lar e nossa companheira nessa jornada cósmica.
A fotografia, contudo, não é apenas bela de se ver, ela representa os primeiros dados observacionais enviados a Terra pela Mars Express, primeira missão européia para Marte, e que chegará ao seu destino ainda este ano. Exceto pelo vasto fundo negro, a foto é dominada pelo azul do maior oceano da Terra, o Pacífico, e por nuvens próximas ao equador. A Lua é predominantemente prata e formada por poucos pixels da imagem.
Quando chegar em Marte, a sonda ficará entre 250 e 300 km de altitude, o que permitirá obter impressionantes imagens em 3D coloridas da superfície marciana. Outro instrumento testado foi o espectrômetro OMEGA, projetado para “enxergar” certas substâncias.
Os engenheiros apontaram o espectrômetro para a Terra para ver se ele poderia descobrir com precisão constituintes do nosso próprio planeta. O OMEGA detectou com sucesso oxigênio molecular, água e gás carbônico, ozônio e metano, entre outras moléculas.
Escudo protetor
Quando um asteroide penetra na atmosfera da Terra muita coisa pode acontecer. Se for grande o bastante irá atravessá-la por completo e colidir violentamente com a superfície. Seus primos menores, contudo, podem não resistir ao atrito e explodir ainda na atmosfera, fragmentando-se numa onda de choque. Qualquer resultado pode ter conseqüências nefastas.
Por isso os cientistas estudam o potencial de ameaça desses objetos, baseado nos diversos tipos de asteroides conhecidos e suas características. Um novo programa de computador esta ajudando a calcular se um asteroide essencialmente rochoso sobreviverá para criar ou não uma cratera.
Asteróides “comuns” podem ter o tamanho de um campo de futebol e seu processo de desintegração está diretamente relacionado com sua composição (cerca de 93% dos asteroides conhecidos são rochosos, sendo o restante predominantemente ferrosos – muito mais perigosos).
Mas segundo um recente estudo realizados por pesquisadores da Academia Russa de Ciência e do Imperial College, em Londres, o número de asteroides que podem causar danos ao colidir com a Terra é menor do que o previamente esperado. Segundo eles, objetos com diâmetros superiores a 200 metros atingiriam a Terra a cada 160 mil anos, e não a cada 3.000 anos, como se pensava.
Corpos ainda maiores, com mais de um quilômetro, causariam devastação global mas só ameaçariam nosso mundo a cada 700 mil anos. O trabalho está na última edição da revista Nature.