Astronomia no Zênite
Diário astronômico

Novidades do Espaço Exterior – Ano I – Nº 32

Novidades do Espaço Exterior Antena
 Ano I – Nº 32

O fim do reinado de Ceres?

 Spaceflight Now – 24 de agosto de 2001

Por duzentos anos o asteroide Ceres reinou entre os humanos, com a majestade de seus respeitáveis 457 km de raio, o maior entre todos os asteroides conhecidos. Ceres foi descoberto em 1801 pelo Giuseppe Piazzi (1746-1826), que na época pensou ter descoberto um novo planeta. Posto em comparação com a Terra, Ceres tem um tamanho capaz de “encobrir” quase todo o estado da Bahia, e sua localização é entre os planetas Marte e Júpiter.

Contudo, esta semana astrônomos europeus descobriram aquele que está sendo considerado o maior asteroide do Sistema Solar, com aproximadamente 600 km de raio. O astro, de nome provisório 2001 KX76, está na região conhecida como cinturão de Kuiper, nas imediações da órbita de Plutão.

Até agora já se conhecem 400 corpos nesse espetacular segundo cinturão de asteroides do Sistema Solar. O pequeno-gigante foi detectado em maio por astrônomos no observatório de Cerro Tololo, Chile, mas suas dimensões só puderam ser estabelecidas agora.

Para alguns pesquisadores, a descoberta do asteroide 2001 KX76 pode ser uma evidência em favor dos que crêem que Plutão não é um planeta.

Descoberta à moda antiga

 Science@Nasa – 23 de agosto de 2001

Em meio a novas tecnologias, como as câmeras CCD acopladas aos telescópios, e destes aos computadores, é sempre uma alegria noticiar a descoberta de um novo cometa feita por um astrônomo amador e à moda antiga — com os olhos!

O canadense Vance Petriew, um consultor de informática durante o dia e astrônomo amador a noite, estava num sarau astronômico no último dia 18 de agosto com seu refletor de 20 polegadas voltado na direção da Nebulosa do Caranguejo (Messier 1). Enquanto guiava seu telescópio para uma famosa remanescente de supernova, Petriew parou diante de uma curiosa mancha embaçada que apareceu diante da ocular. Pensando trata-se de uma galáxia, procurou em suas cartas celestes se havia alguma nas proximidades, antes de perceber a incrível descoberta que fizera.

De acordo com os dados obtidos na última semana, o cometa Petriew viaja em torno do Sol a cada 5,5 anos, seguindo uma órbita elíptica que passa pelo interior da órbita da Terra (a 0.95 UA de distância) até o reino do gigante Júpiter, a 5.3 UA (1 UA, ou Unidade Astronômica, vale 150 milhões de quilômetros e eqüivale a distância média Terra-Sol). No momento o cometa Petriew está próximo do periélio, o ponto de sua órbita mais perto do Sol, e deve atingir magnitude 10,5. Numa época em que todos os cometas se chamam LINEAR ou NEAT, nomes “humanos” são sempre bem-vindos.