Novidades do Espaço Exterior – Ano II – Nº 60
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Ano II – Nº 60 |
Muito perto outra vez
Um asteroide grande o bastante para destruir uma cidade passou muito perto da Terra na semana passada, mas só foi detectado 4 dias depois, quando já se afastava do planeta. O incidente reacendeu a discussão sobre a necessidade de melhorar o sistema de rastreamento dos objetos potencialmente perigosos.
O asteroide 2002 EM7 passou a 461 mil quilômetros do planeta (pouco mais que a distância da Terra à Lua) no último dia 8. A interferência da luz solar impediu que ele fosse visto da Terra. Asteróides que se aproximam por esse ponto cego são particularmente perigosos. Se um objeto desconhecido passar por essa zona em rota de colisão com a Terra não será identificado a tempo de se lançar um alerta.
Nos últimos anos, os pesquisadores já fizeram numerosos pedidos de verbas para que consigam catalogar objetos próximos à Terra e detalhar suas órbitas. Invisível a olho nu, 2002 EM7 tem entre 50 e 100 metros, maior, portanto, do que o bólido que caiu na Sibéria em 1908, destruindo uma área desabitada com cerca de 2.000 km².
Coração de titânio
Muitos especialistas acreditam que a Lua tem um pequeno núcleo metálico. Mas essa conclusão não é tão simples. A análise dos abalos sísmicos lunares feita pelos astronautas da missão Apolo, por exemplo, sustenta que a densidade desse núcleo não é maior que 4,7 g/cm³ – bem abaixo da densidade dos dois maiores candidatos, o ferro puro e uma mistura de enxofre e ferro.
Agora, pesquisadores americanos apresentaram uma nova alternativa. O núcleo da Lua seria composto por silicatos fundidos altamente enriquecidos com titânio. Este metal já é encontrado, às vezes em abundância, nos fluxos de lava que cobriram os chamados mares lunares. Aliás, acredita-se isto pode ser um indicativo de que o material tenha aflorado à superfície desde um núcleo com cerca de 800 km.
Veículo para turismo espacial
Foi mostrado ao público o modelo experimental C-21, uma nave russa exclusivamente dedicada ao turismo espacial e com capacidade para um piloto e dois passageiros. Para transformar essa atividade em fato comum, a Sub-orbital Corporation trabalha em conjunto com a americana Space Adventures, a mesma empresa que ajudou a embarcar Dennis Tito, o primeiro turista espacial da história.
O veículo foi criado com base na tecnologia desenvolvida para o ônibus espacial soviético Buran, que realizou apenas um voo não tripulação em 1988. Os passageiros do C-21 terão que usar uniformes de astronauta, mas terão um treinamento de apenas quatro dias, em vez dos pelo menos seis meses necessários para vôos orbitais.
Ao ser lançado através de um foguete russo, o C-21 acionará seus próprios motores a 20 quilômetros de altitude, o que lhe permitirá subir mais 80 quilômetros, onde começará uma viagem sub-orbital com duração de uma hora.