A área da superfície de Marte tem a mesma extensão que a de todos os continentes da Terra. Explorar esse planeta é como explorar o mundo todo. E já faz algum tempo que sondas automáticas estão sendo enviadas para investigar e mapear esse planeta, nosso vizinho na direção oposta ao Sol.
Certamente levará muitos anos até que se faça um reconhecimento completo. Este trabalho, audacioso e ao mesmo tempo fascinante, pode marcar a história do século 21, assim como a aviação e a astronáutica fizeram em todo século passado.
Marte é frio, quarenta graus a menos que a temperatura média da Terra. É árido, o panorama marciano é uma extensão pedregosa, às vezes vitrificada, uma crosta de sais minerais que sobrou após a evaporação da água que havia no solo.
Sua atmosfera é tão escassa em oxigênio quanto rica em anidrido carbônico, letal se respirado por um ser humano (embora a pressão atmosférica seja baixíssima). Mesmo assim, talvez um dia nossos descendentes vivam em Marte, quase como nós, que herdamos o “novo mundo” dos exploradores do passado.
Composição e atmosfera
A crosta de marte representa quase 1% de seu raio, contra apenas 0,5% da terrestre, mas não está dividida em placas como na Terra. Marte deve ter se resfriado com um consequente aumento da espessura da crosta, que evoluiu de uma única placa.
As rochas marcianas são mais ricas em ferro e magnésio que as terrestres, mas pobres em potássio e alumínio. Sua típica coloração avermelhada se origina de óxidos de ferro, como a hematita, presentes em sua superfície.
POR DENTRO DE MARTE 1-Núcleo de ferro; 2-Manto de silicatos e 3-córtex.
Marte tem uma fina camada atmosférica composta principalmente por dióxido de carbono, e também alguns traços de nitrogênio, argônio, oxigênio e vapor de água. A baixa densidade permite que a superfície de Marte seja continuamente bombardeada por radiações solares, que não são absorvidas.
O céu de Marte também tende para o vermelho por causa da poeira em suspensão. Nele ainda se observam nuvens, formadas por água e dióxido de carbono – lembrando as cirros terrestres. No entanto, sob as condições normais de temperatura e pressão locais não chove em Marte. A água líquida é muito instável e se congela instantaneamente.
Curiosidades sobre Marte
Povos antigos viam somente um único astro capaz de rivalizar com o brilho avermelhado de Marte. Era uma estrela brilhante da constelação do Escorpião, que ficou conhecida como Antares, ou anti-ares.
Apesar do clima atual, Marte já foi temperado, e existem muitas evidências da ação erosiva da água, que no passado deveria preencher os atuais leitos secos de rios, formando também lagos e talvez pequenos mares.
A estrutura mais espetacular em todo o planeta é, sem dúvida, o Monte Olimpo, a montanha mais alta de todo o Sistema Solar, erguendo-se 22 km acima das planícies à sua volta. Trata-se de um vulcão extinto com uma base quase circular de 600 km de diâmetro.
Marte tem dois pequenos satélites, Fobos e Deimos, cujos nomes significam, respectivamente, medo e terror. Na Mitologia eram as criaturas que acompanhavam Marte em suas batalhas. Elas foram descobertos em 1877 e têm formas irregulares, percorrendo órbitas quase circulares ao redor de Marte, mostrando sempre a mesma face para o planeta.
Fobos e Deimos têm origem desconhecida. As notáveis diferenças de composição em relação a Marte tornam improvável uma formação contemporânea. E a hipótese de que seriam asteroides capturados também esbarra em algumas dificuldades.
Não é nada fácil chegar a Marte. Das mais de 50 missões enviadas pelos Estados Unidos, Rússia e Europa, pouco mais de 20 tiveram sucesso em entrar em órbita ou pousar no planeta. A primeira foi a Mariner 9, em 1971.
Por outro lado, nunca foram enviadas tantas sondas de exploração para um só lugar do Sistema Solar quanto para Marte. E não basta alcançá-lo. Queremos pousar e investigar a superfície. O aumento da complexidade leva a um inevitável maior risco de insucesso.
+ Marte em números
+ Marte em oposição
+ A órbita de Marte