Novidades do Espaço Exterior – Ano III – Nº 101
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Ano III – Nº 101 |
A velocidade de G
Você pode nunca ter pensado nisto, mas o fato é que a gravidade (G) se move. Para Newton, a gravidade age instantaneamente (e daí porque em suas aulas de Física você talvez nunca tenha considerado uma velocidade). Mas Einstein já pensava em seu efeito agindo à velocidade da luz. Ele estava certo. E a primeira medida acurada ocorreu recentemente: G move-se à velocidade da luz (c). E qual a diferença? Sutil.
Pense rápido: se o Sol desaparecesse agora levaria pouco mais de 8 minutos para que sua luz deixasse de iluminar a Terra (pois o Sol está a 8 minutos-luz de distância de nós). Se a gravidade agisse instantaneamente nosso planeta sentiria a falta do Sol no momento em que ele sumisse (mesmo ainda havendo luz solar na Terra). Mas na verdade o curso da Terra só mudaria oito minutos mais tarde.
Pesquisadores da Universidade do Missouri, EUA, realizaram um experimento engenhoso para comprovar esse fato, observando a passagem do planeta Júpiter diante de uma galáxia distante. Para isso foi usado um conjunto de telescópios que resultaram numa precisão 100 vezes superior aquela que o Hubble poderia obter.
O anel da Via Láctea
Astrônomos americanos descobriram que certas áreas da Via Láctea parecem sugerir a existência de um gigantesco anel de estrelas, possivelmente remanescente de uma colisão entre a nossa galáxia e uma menor há bilhões de anos. A Via Láctea é uma galáxia espiral com cerca de 100.000 anos-luz de diâmetro, com a maioria de seus componentes estelares relativamente próximos ao núcleo central, em forma de bulbo.
Desse modo, era de se esperar encontrar um número cada vez maior de estrelas em direção ao centro da galáxia. Para os astrônomos foi uma surpresa encontrar centenas de milhões de estrelas nos limites da Via Láctea. Foi constatado, porém, que esses astros não eram originalmente parte da Via Láctea, mas de outra estrutura galáctica retida em uma órbita quase circular.
O anel tem uma espessura pelo menos dez vezes inferior ao disco galáctico e uma extensão de 120.000 anos-luz, sendo formado exclusivamente por estrelas velhas que orbitam o centro da Via Láctea com uma velocidade igual a metade da do Sol. Estima-se que a estrutura, a cerca de 30.000 anos-luz do Sistema Solar, contenha uma massa de cerca de um bilhão de sóis, ou 1% da massa total da Via Láctea.
Recentemente os pesquisadores revelaram a existência de uma estrutura anelar semelhante em torno de Andrômeda, uma galáxia a dois milhões de anos-luz do Sol e com cerca de duas vezes o diâmetro da Via Láctea. Esses anéis poderiam revelar um padrão através do qual galáxias menores se dissolvem em correntes de estrelas, permanecendo ao redor das galáxias maiores, que as canibalizaram.