Novidades do Espaço ExteriorAntena
 Ano VI - Nº 275

O grande meteorito da Antártica
Science@Nasa - 6 de junho de 2006

O impacto do asteroide que ajudou a exterminar os dinossauros, 65 milhões de anos atrás, foi bem grande, mas os geólogos conseguiram encontrar uma cratera ainda maior.

O satélite GRACE, da NASA, que pode detectar flutuações gravitacionais (concentrações de massa) abaixo do gelo da Antártica, achou uma cratera com nada menos que 482 km de extensão, produzida por um meteorito com cerca de 48 km de comprimento.

Seu impacto produziu a grande extinção do Permiano-Triássico, há 250 milhões de anos, quando quase todas as espécies da Terra pereceram. Foi provavelmente a maior extinção em massa da história da Terra.

O tamanho e a localização da cratera, uma região à Leste da Antártica chamada Wilkes Land, também sugere que o impacto pode ter iniciado a separação do supercontinente Gondwana, criando uma fenda que empurrou a Austrália para o Norte.

Wilkes Land é mais de duas vezes o tamanho de Chicxulub (veja gravura), a cratera da península de Yucatan que marcou o impacto mortal para o reinado dos dinossauros. Na Lua, existem pelo menos vinte crateras de impacto tão grandes assim. Por isso, não foi surpresa encontrar vestígios de uma por aqui.

Onde não existe dia
Universe Today - 1 de junho de 2006

Apesar de certa semelhança, não é correto dizer que os satélites de Júpiter (atualmente se conhecem 63 deles) formam um sistema solar em miniatura. Por vários motivos. Um deles é simplório: Júpiter não é uma estrela e planetas se formam em volta de estrelas.

Nem sempre. Esqueça as idéias tradicionais sobre a formação planetária. Sistemas solares em miniatura são possíveis. E planetas podem se formar até mesmo em torno de planetas.

Os astrônomos já têm exemplos em potencial, incluindo um planeta com 8 vezes a massa de Júpiter que possui seu próprio disco de formação planetária. Mas não seriam satélites? Talvez, se houvesse uma estrela no sistema.

Um planeta se forma na mesma nuvem de gás e poeira interestelar da qual surgem as estrelas. Mas nem sempre esse tipo de nuvem dá origem a estrelas. Às vezes se formam objetos com até 100 vezes menos massa que o Sol.

Eles não são Júpiters quentes, planetas gigantes muito perto de sua estrela. São sistemas sem estrelas, isto é, sem objetos capazes de gerar energia em abundância através de reações termonucleares. E assim mesmo em torno deles se formam planetas.

A descoberta desses estranhos mundos em formação foi feita com os poderosos telescópios do European Southern Observatory (ESO), no Chile, e complica ainda mais a já questionável definição de planeta.

Há quem queira dar outro nome a esses objetos, mas talvez o mais adequado seja uma definição mais rigorosa de planeta que contemple, inclusive, esses astros sempre envoltos na escuridão.