Novidades do Espaço ExteriorAntena
 Ano VI - Nº 273

SOHO continua em atividade
Space.com - 24 de maio de 2006

O observatório espacial SOHO (Solar and Heliospheric Observatory ou Observatório Solar e Heliosférico) foi lançado no dia 2 de dezembro de 1995, numa parceria da Agência Espacial Européia (ESA) e NASA.

Seu destino foi um ponto no espaço situado a 1,5 milhão de quilômetros da Terra, uma região de equilíbrio gravitacional com o Sol chamada L1 ou ponto de Lagrange 1. Ali, ele fez história observando o astro-rei todos esses anos – e não vai parar agora.

A missão do observatório solar será estendida novamente, desta vez até dezembro de 2009. E nos próximos dois anos, cinco espaçonaves se juntarão ao SOHO com o objetivo de observar o Sol, duas da ESA, duas da NASA e uma da agência espacial do Japão.

Desde seu lançamento o SOHO nos proporcionou uma visão sem precedentes do astro-rei, e não apenas do lado voltado para a Terra. Foram desenvolvidas técnicas inteiramente novas que permitem usar o Observatório Solar para verificar as condições na face oposta do Sol.

Apesar de estar com mais de dez anos agora, o SOHO continua trabalhando, monitorando a atividade solar e permitindo que os cientistas vejam dentro do Sol e registrem ondas sísmicas que ondulam pela superfície de nossa estrela mais próxima.

Mais de dois mil pesquisadores usaram dados do SOHO para publicar seus trabalhos. Foram mais de 2400 artigos científicos. Nos últimos dois anos, pelo menos um paper proveniente do SOHO foi aceito por dia para publicação. Vida longa ao SOHO!

O telescópio mais poderoso do Universo
Universe Today - 23 de maio de 2006

O Hubble é um dos mais poderosos telescópios que já existiram. Em órbita da Terra, seu maior trunfo é se abster da interferência de nossa atmosfera. Para essa máquina ousada, o céu é sempre limpo.

Mas qual o tamanho de nossa ousadia, ao imaginar se poderíamos usar também o telescópio mais poderoso de todo o Universo? Para espanto de todos, podemos sim. As lentes mais poderosas do cosmos são galáxias relativamente próximas (umas das outras), que focam a luz de objetos mais distantes.

Chamadas de lentes gravitacionais, elas podem atuar como um telescópio natural, mas primeiro é preciso dispor de um bom telescópio aqui mesmo na Terra.

É onde entra o Hubble, que agora parece modesto. Mas ele foi capaz de captar a imagem de um grande agrupamento de galáxias atuando como uma grande lente gravitacional, e assim conseguiu ver muito mais longe.

O agrupamento de galáxias que cria a lente é conhecido como SDSS J1004+4112. Ele próprio um dos mais distantes, no tempo e no espaço. Sua luz começou a viajar até nós quando o Universo tinha metade da idade atual.

Uma das conclusões dos estudos de Albert Einstein foi a de que a gravidade deforma o espaço e, portanto, distorce os raios de luz. A lente gravitacional atua de modo semelhante às ondulações na água de um lago raso, que produzem um efeito de favo de mel distorcido na areia ao fundo.

Da mesma forma, a luz de objetos distantes é distorcida e ampliada pela ação da gravidade dos grandes aglomerados de galáxias. O Hubble foi o primeiro telescópio a decifrar os detalhes das estranhas imagens geradas por essas lentes naturais.

A observação precisa do aglomerado SDSS J1004... revelou que os numerosos e longos arcos esticados (foto) eram na verdade a imagem de um quasar, o núcleo de uma galáxia, a simplesmente 12 bilhões de ano-luz – ou 1,8 bilhão de anos depois do Big Bang.