Novidades do Espaço ExteriorAntena
 Ano VI - Nº 272

Três Netunos e a zona habitável
Space.com - 18 de maio de 2006

Três planetas de tamanho médio, com aproximadamente a mesma massa que Netuno, foram descobertos em órbita de uma estrela como o Sol. HD 69830 é uma estrela pouco menos maciça que o Sol, localizada na direção da constelação de Popa, a 41 anos-luz e no limiar da visão humana, com magnitude 5,95.

A descoberta foi possível graças ao ultrapreciso espectrógrafo HARPS, no telescópio de 3,6 metros do European Southern Observatory, em La Silla, Chile.

Este é o primeiro sistema planetário composto por vários planetas com a massa de Netuno já encontrado – e o arranjo é similar ao nosso Sistema Solar de muitos modos.

Os planetas externos estão situados dentro da chamada zona habitável da estrela, uma região definida em termos da distância à estrela que é compatível com a existência de água líquida na superfície.

A zona habitável é o local adequado à evolução e manutenção da vida. Porém, devido à massa relativamente elevada desses planetas, é improvável a existência de água no estado líquido. Os astros têm massas de 10, 12 e 18 vezes a massa da Terra.

Baseado em suas distâncias até HD 69830, acredita-se que os dois mundos internos são planetas rochosos e densos, semelhantes a Mercúrios gigantes. O mais externo, na zona habitável, tem um núcleo sólido e um envoltório gasoso. Os cálculos indicam que o sistema é dinamicamente estável e ainda conta com um cinturão de asteroides.

Mas os planetas não foram fotografados. Foram encontrados com uma técnica através da qual os astrônomos deduzem a presença de um planeta medindo a influência gravitacional em sua estrela mãe. A maioria dos mais que 180 planetas extra-solares conhecidos hoje foram encontrados assim.

Maior mapa do Universo mostra quão pouco sabemos
Space.com - 15 de maio de 2006

Estruturas gigantescas com mais de um bilhão de anos-luz de comprimento foram reveladas por dois novos mapas que mostram a distribuição de galáxias no Universo.

O trabalho, feito por pesquisadores da Universidade de Cambridge, usou dados do SDSS (Sloan Digital Sky Survey) de modo a exibir a distribuição das galáxias em três dimensões – e também confirma que o Universo está cheio de energia e matéria escura.

Desde as primeiras décadas do século 20 os cientistas sabiam que o Universo está se expandindo. Mas apenas nos recentes anos 90 eles perceberam que isso acontece sempre a um passo crescente.

Ainda não se sabe ao certo como explicar o fenômeno, mas já concluíram que uma força misteriosa, chamada energia escura, está causando essa aceleração.

O novo atlas cósmico alcança galáxias a uma distância pouco superior a 5 bilhões de ano-luz (as galáxias mais distantes estão a mais de 13 bilhões de ano-luz).

Foi usada inteligência artificial e medidas muito precisas de 10 mil galáxias para treinar um algoritmo de reconhecimento das distâncias de mais de um milhão de outras galáxias, com razoável precisão. Em breve, segundo os autores, os mapas estarão disponíveis na Internet, gratuitamente.