Novidades do Espaço ExteriorAntena
 Ano VI - Nº 271

O rapto de Tritão
Space.com - 10 de maio de 2006

Tritão é um caso único entre as grandes luas do Sistema Solar. Ele está em órbita de Netuno, girando na direção oposta à rotação do planeta. Mas nem sempre foi assim.

Certa época, num passado muito remoto do nosso sistema planetário, Tritão teve ele próprio uma lua. Na verdade eles formavam um sistema duplo, girando em volta de um centro de gravidade comum (semelhante ao que ocorre hoje entre Plutão e Caronte) e por sua vez ambos percorriam sozinhos uma órbita em torno do Sol.

Mas então houve um encontro dramático com um planeta muito maior. Uma passagem próxima que fez com que um dos membros do sistema duplo se movesse mais devagar que o outro, rompendo permanentemente o equilíbrio do sistema.

Foi assim que Tritão foi capturado por Netuno, tornando-se a partir daí a maior lua do gigante azul. Essa história não é nova, mas nenhuma teoria matemática convincente havia explicado esse rapto planetário. Até agora.

Craig Agnor, um pesquisador da Universidade da Califórnia em Santa Cruz (EUA), encontrou uma solução para esse mecanismo de captura de satélites por planetas, que poderá também ser relevante para outros objetos do Sistema Solar. O trabalho foi publicado na edição desta semana da revista Nature.

O processo, chamado de reação de troca, poderia dar a Tritão uma grande variedade de órbitas em torno de Netuno, inclusive o curioso movimento retrógrado.

Novas companheiras para a Via Láctea
Universe Today - 9 de maio de 2006

Vivemos na Via Láctea, uma gigantesca ilha de estrelas da qual o Sol e mais de 150 bilhões de estrelas fazem parte. A Via Láctea é uma galáxia enorme, e nossa posição é periférica. Uma nave espacial demoraria cem mil anos para atravessá-la de ponta a ponta, e apenas se viajasse a velocidade da luz.

Em nossa vizinhança estão dezenas de outras galáxias, a maioria muito menor que a Via Láctea. Algumas são satélites da nossa – mas não se sabe ao certo quantas. Duas das mais famosas são, inclusive, visíveis a olho nu, denominadas Pequena e Grande Nuvem de Magalhães.

Recentemente foram descobertas mais duas. A primeira na direção da constelação dos Cães de Caça, a 640 mil anos-luz de distância, o que a faz a mais remota já encontrada. A outra está na direção do Boieiro, e é uma estrutura com somente 100 mil sóis, distorcida pelas marés gravitacionais da Via Láctea. Nenhuma delas é visível nem mesmo com bons telescópios amadores.

As novas descobertas foram fruto do projeto SEGUE (Sloan Extension for Galactic Understanding and Exploration). E os pesquisadores responsáveis estão certos de que há mais galáxias pequenas ainda não descobertas, e que são “luas” da grande Via Láctea.