Novidades do Espaço ExteriorAntena
 Ano VI - Nº 256

Vinte anos sem o Challenger
Boletim Em Órbita - 28 de janeiro de 2006

No dia 28 de janeiro de 1986 o ônibus espacial OV-099 Challenger foi destruído após 73 segundos de vôo, matando seus sete tripulantes: Frank Richard "Dick" Scobee; Michael J. Smith; Judith Arlene Resnick; Ellison Shoji Onizuka; Ronald Erwin McNair; Sharon Christa McAuliffe e Gregory B. Jarvis.

A tragédia aconteceu por causa das forças aerodinâmicas resultantes da expansão dos gases originados pela falha estrutural do tanque exterior de combustível líquido. Uma concepção errada que ficou do acidente foi a de que o ônibus teria explodido. Isso não é verdade.

A expansão dos gases que levou à destruição do Challenger teria sido resultado da perda de pressurização da cabine onde se encontrava a tripulação.

No entanto, sabe-se que alguns sistemas de suporte à vida foram ativados, o que leva a crer que alguns tripulantes teriam estado conscientes logo após a destruição do tanque ou até a queda no Oceano Atlântico.

Com a despressurização os sete astronautas teriam tido dificuldade para respirar, e segundo o relatório da Comissão Rogers que investigou o acidente, eles "...possivelmente teriam perdido a consciência".

O acidente aconteceu a uma altitude de 14 km e a cabine da tripulação chega aos 19,8 km de altitude antes de começar a cair (a queda durou exatos 2 minutos e 45 segundos).

Todas as investigações indicam que a tripulação estava viva até o choque com o mar, a 322 km/h. Nesta velocidade, a desaceleração foi de 200 G, o que esmagou violentamente a estrutura da cabine e tudo em seu interior.

Mas nunca saberemos se os astronautas eventualmente recobraram a consciência à medida que a atmosfera se tornava mais espessa, durante os últimos segundos da queda.

O mais parecido com a Terra
Portal do Astrônomo - 27 de janeiro de 2006

A descoberta de um novo planeta extra-solar foi recebida com grande entusiasmo pela comunidade astronômica. Trata-se de um mundo significativamente parecido com a Terra. Mais que qualquer outro descoberto até hoje.

Designado por OGLE-2005-BLG-390Lb, o exoplaneta tem apenas 5,5 vezes a massa da Terra e completa uma órbita em torno de sua estrela em aproximadamente 10 anos, a uma distância de 390 milhões de quilômetros (o equivalente, no Sistema Solar, a um ponto entre as órbitas de Marte e Júpiter)

Sua estrela-mãe é uma anã vermelha, com uma massa cinco vezes inferior à massa do Sol, e situada a 20.000 anos-luz, na direção do centro da galáxia. Como se trata de uma estrela fria, e sua órbita é bastante alongada, a temperatura em sua superfície é estimada em cerca de -220°C (frio demais para possuir água líquida).

É provável que possua uma atmosfera fina, como a Terra, mas sua superfície rochosa está provavelmente sob oceanos gelados. Por isso, esse mundo deve ser mais parecido com um &147;super-Plutão”.

Quase todos os mais de 170 exoplanetas conhecidos foram descobertos pelo método da velocidade radial, que favorece a detecção de planetas de massa elevada muito próximos de suas estrelas.

Mas o novo exoplaneta foi descoberto através de microlentes gravitacionais. As lentes gravitacionais são constituídas por objetos com massa significativa, e cujo efeito gravitacional afeta a luz de uma fonte que esteja alinhada com ela, porém mais distante. No caso de microlentes gravitacionais, o objeto mais próximo é uma estrela, que serve de lente natural e aumenta o brilho de um astro mais fraco.

Um cruzeiro para o eclipse
Expedição Eclipse Total 2006 - 25 de janeiro de 2006

No dia 29 de março deste ano vai acontecer um eclipse do Sol que será visível do Nordeste do Brasil. Será o primeiro eclipse solar total visto em território brasileiro neste século – e também o único até o ano 2045.

O Rio Grande do Norte e a Paraíba serão os locais do país em melhor posição geográfica para observar o fenômeno, embora o eclipse tenha duração maior quando visto do oceano Atlântico, onde as condições meteorológicas também devem ser melhores.

Pensando nisso, o fotógrafo naturalista Ailton Tenório reuniu um grupo de amigos, entre amantes da fotografia, astrônomos, estudiosos e aventureiros para observar o eclipse a bordo de um navio em alto mar, numa viagem de quatro dias que ainda vai visitar o arquipélago de Fernando de Noronha.

Eles pretendem fretar um navio de cruzeiro para realizar a viagem, e já confirmaram a presença de equipes da National Geographic, Planetary Society, Revista Macrocosmo e Astronomia no Zênite, entre outros. Serão feitas palestras durante a expedição, que parte de Recife no dia 26 de março.

Do navio será feita uma transmissão via Internet em tempo real do eclipse e as cabines externas já estão sendo reservadas por turistas e pessoas interessadas de todo o país.