Novidades do Espaço ExteriorAntena
 Ano VI - Nº 254

Trazendo o pó das estrelas
Agência FAPESP - 12 de janeiro de 2006

Nunca um objeto construído pelo homem foi tão longe – e voltou. No próximo domingo, dia 15, às 8h12min (horário de Brasília), a sonda Stardust deve pousar num deserto norte-americano próximo a um campo de testes da Força Aérea, em Utah, após percorrer quase 5 bilhões de quilômetros (praticamente a distância da Terra a Plutão) desde que partiu, em fevereiro de 1999.

Seu retorno não é à toa. A sonda traz consigo uma bagagem valiosa: pedaços de um cometa. São milhares de grãos de poeira colhidos do cometa Wild 2. As partículas, com cerca de um terço de milímetro, serão divididas em partes ainda menores, catalogadas e enviadas a diversos laboratórios espalhados pelo mundo.

O objetivo é ampliar o espectro de pesquisa em busca de informações sobre a formação do Sistema Solar. No dia 2 de janeiro de 2004, a Stardust passou a apenas 240 quilômetros do cometa Wild 2, o suficiente para conseguir prender as amostras em seu coletor de aerogel, o sólido mais leve que se conhece, uma superfície gelatinosa transparente e mil vezes menos densa do que o vidro, mas altamente resistente.

Será a primeira vez que uma missão norte-americana volta com amostras sólidas desde o fim do programa Apolo, em 1972 (uma missão soviética não-tripulada trouxe amostras lunares em 1976). Também é a primeira amostra vinda de um lugar mais longe que a própria Lua.

Não será toda a nave Stardust que regressa, somente a cápsula de retorno. O primeiro pára-quedas abrirá a 31 mil metros. Aos 3 mil metros, será a vez do pára-quedas principal.

Além das amostras, a cápsula trará de volta dois chips, com mais de 1 milhão de nomes gravados. Nomes de pessoas de todo o mundo, digitados no site da missão antes do lançamento da Stardust através de uma campanha promovida pela Planetary Society e levados com a nave ao encontro do Wild 2. Você é um deles?

Pontes apresenta o emblema
oficial de seu vôo
Da redação - 11 de janeiro de 2006

Esta imagem foi mostrada na NASA TV durante a apresentação à imprensa da tripulação da missão Soyuz TMA-8/Expedição 13, para a Estação Espacial Internacional (ISS), no Centro Espacial Johnson.

O voo parte do Cazaquistão no dia 22 de março. A bordo, o cosmonauta Pavel Vinogradov (russo, comandante), o astronauta Jeffrey Williams (americano, engenheiro de vôo) e cosmonauta Marcos Cesar Pontes (brasileiro, engenheiro de vôo).

O emblema oficial da missão terá a peculiaridade de acrescentar a 32ª nacionalidade na lista das nações que já enviaram pelo menos um de seus cidadãos para a órbita da Terra. A missão também tem o objetivo de devolver a normalidade à ISS, abalada desde a perda do ônibus espacial Columbia, em 2003.

Pontes é piloto de caça da Força Aérea Brasileira (FAB), detendo a patente de Tenente-coronel. Ele nasceu em 11 de março de 1963, em Bauru, interior de São Paulo. Tem dois filhos e sua esposa é de Angicos, Rio Grande do Norte. Seu primeiro voo ao espaço deveria ter acontecido em 2001, mas problemas orçamentários da NASA forçaram o adiamento da missão para 2003.

Porém, ao se aproximar a nova data, o acidente com o Columbia obrigou a suspensão de todos os vôos por tempo indeterminado. Pontes voa agora através de um acordo comercial com a Rússia. Por isso, a rigor, ele será um cosmonauta em vez de astronauta!