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Ano V - Nº 245 |
Expresso para Vênus |
Spaceflight Now - 9 de novembro de 2005 |
Partiu hoje de madrugada a sonda Venus Express, da Agência Espacial Européia (ESA), a primeira missão para o planeta mais próximo da Terra em 15 anos. O lançamento foi em Baikonur, no Cazaquistão, às 9h33 (0h33 em Brasília). A data fora adiada de 26 de outubro, quando foi descoberta uma contaminação na carga útil do foguete de Soyuz durante os preparativos finais. A viagem da Venus Express deve durar até abril do ano que vem. O momento mais crítico da missão deve ser a inserção orbital em Vênus, quando os motores da sonda vão permanecer ligados por cerca de uma hora, de modo a reduzir a velocidade e permitir a captura gravitacional pelo planeta. Essa tarefa deve gastar mais de 70% do combustível levado a bordo, que responde por quase metade do peso da Venus Express. Uma vez em órbita, a sonda deverá estudar sua atmosfera durante 500 dias. A densa atmosfera de Vênus é formada principalmente por dióxido de carbono, que proporciona um tremendo efeito estufa, retendo radiação solar para aquecer a superfície a uma temperatura média de 467ºC – o lugar mais quente em todo Sistema Solar. A sonda Venus Express tem a mesma estrutura básica e muitos dos instrumentos da Mars Express, lançada com sucesso em 2003 e que atualmente continua a examinar Marte em sua órbita. |
Eta Carinae e sua companheira quente |
Portal do Astrônomo - 4 de novembro de 2005 |
O satélite FUSE, da NASA, detectou pela primeira vez a companheira de Eta Carinae, uma das estrelas mais maciças e incomuns da nossa galáxia. Eta Carinae é uma estrela variável irregular a cerca de 7.500 anos-luz da Terra, na constelação da Quilha. Claramente visível a partir do hemisfério sul, acredita-se que essa estrela está prestes a explodir. Alguns astrônomos, entre eles Augusto Damineli, do Instituto de Astronomia e Geofísica da Universidade de São Paulo, já suspeitavam que algumas das estranhas propriedades dessa estrela poderiam ser explicadas pela existência de uma companheira orbital, mas ainda não haviam sido encontradas evidências diretas da sua existência. Um forte argumento a favor de Eta Carina ser um sistema duplo vem da variação de sua luz em diferentes comprimentos de onda, num ciclo de cinco anos e meio. A estrela companheira fica a uma distância de Eta Carinae apenas dez vezes superior à distância Terra-Sol. Mas o sistema está muito longe para que os telescópios terrestres possam distinguir estrelas tão próximas. A detecção só foi possível por causa da incrível sensibilidade do satélite FUSE aos comprimentos de onda mais curtos do ultravioleta, região do espectro eletromagnético onde a companheira de Eta Carinae emite mais energia, dada sua elevada temperatura. |