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Ano V - Nº 234 |
Exploração remota do céu |
Agência FAPESP - 17 de agosto de 2005 |
Na semana passada, os alunos da Escola Moppe, de São José dos Campos (SP), foram privilegiados com a oportunidade de observar o céu em tempo real pela Internet. Foi a primeira observação do Miniobservatório Astronômico do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), que já está aberto a instituições de ensino para observações remotas. Com o sistema, não é necessário que o usuário esteja presente no local onde se encontra o telescópio. De qualquer parte do país ele poderá direcionar a câmera astronômica e obter as imagens na tela de seu computador. O objetivo do Miniobservatório on-line é estimular e popularizar as investigações científicas em Astronomia, Física, Informática, Engenharia e Matemática”, segundo afirmou André Milone, pesquisador da Divisão de Astrofísica do INPE, à Agência FAPESP. As instituições interessadas devem preencher um formulário de solicitação e uma vez que a proposta seja aprovada, recebe-se um nome de usuário e senha para acessar o Miniobservatório (em datas agendadas), semelhante ao correio eletrônico comum (e-mail). O Miniobservatório atenderá instituições de ensino fundamental, médio e superior. As observações remotas do INPE integram o projeto Educação em Ciências com Observatórios Virtuais, que pretende expandir as observações para outros sítios astronômicos e, em breve, outros observatórios também estarão funcionando remotamente. |
Os filhos de Sylvia |
Portal do Astrônomo - 13 de agosto de 2005 |
O asteroide 87 Sylvia é um dos maiores do Cinturão Principal de asteroides, localizado entre as órbitas de Marte e Júpiter a cerca de 3,5 vezes a distância da Terra ao Sol (veja gravura). Como tantos outros, sua forma lembra uma batata, com dimensões 380 x 260 x 230 km, girando sobre si mesmo a cada 5 horas e 11 minutos. Desde 2001 sabia-se que Sylvia tinha um satélite, um asteroide menor que a segue. Mas agora foi descoberto um novo companheiro de Sylvia, tornado este o primeiro sistema triplo de asteroides conhecido. Sylvia foi descoberto em 1866 e seu nome é uma homenagem a Rea Silvia, a mítica mãe dos fundadores de Roma. Por isso os descobridores dos seus companheiros propuseram chamar os dois satélites de Sylvia pelos nomes dos fundadores de Roma: Rômulo e Remo. A descoberta foi feita através do telescópio Yepun do VLT (ESO). Remo é o "novo" satélite. Ele tem apenas 7 km de extensão e completa uma volta em torno de si mesmo em 33 horas, orbitando Sylvia a uma distância de 710 km, Rômulo é o maior satélite, já conhecido anteriormente. Mede cerca de 18 km, tem um período de rotação de 87,6 horas e orbita Sylvia a 1360 km de distância. As órbitas dos dois companheiros de Sylvia são quase circulares, estão no mesmo plano e têm a mesma direção, sugerindo uma origem comum. O sistema formou-se, provavelmente, após a colisão de dois asteroides. Os fragmentos maiores agregaram-se para dar origem a Sylvia, enquanto seus "filhos" devem ter se formado a partir dos restos da colisão. Em agosto de 1993, a sonda Galileu já havia descoberto o primeiro sistema binário de asteroides: Ida e a sua lua, Dactyl. Desde então, tornou-se comum a identificação de asteroides binários, mas esta foi a primeira vez que se descobriu um sistema triplo deles. |