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Ano V - Nº 231 |
Discovery em órbita. Expectativa agora é pelo regresso. |
Boletim Em Órbita - 01 de agosto de 2005 |
O lançamento do ônibus espacial OV-103 Discovery aconteceu, com previsto, às 11:39 (horário de Brasília) de 26 de julho, pondo fim a uma suspensão dos vôos tripulados dos Estados Unidos desde fevereiro de 2003, em conseqüência do desastre com o OV-102 Columbia. Uma câmara instalada no tanque exterior de combustível líquido mostrou, logo após a separação dos dois propulsores laterais de combustível sólido, pedaços de espuma isolante se desprendendo do veículo. Por causa disso a NASA decidiu suspender lançamento de novas missões dos ônibus espaciais até que os técnicos possam compreender entender os motivos destes acontecimentos. A separação dos pedaços de espuma isolante ocorreram quando o Discovery se encontrava numa porção tal da atmosfera terrestre que os fragmentos não atingiram a nave. Alguns segundos mais cedo e o resultado poderia ter originando uma situação semelhante à vivida pelo Columbia durante o seu lançamento em 2003. Às 8:18 da quinta-feira, 28, a comandante Eileen Collins acoplou o Discovery à Estação Espacial Internacional (ISS), mas antes o ônibus fez uma "pirueta" de modo que os tripulantes da ISS pudessem fotografar o Discovery de vários ângulos, a procura de possíveis falhas estruturais. Toda a missão terá duração de 12 dias, com retorno previsto para o dia 8 de agosto. Entre vários "passeios no espaço" (atividades extra-veículares) uma tarefa inédita: reparos no ônibus. É sempre melhor prevenir que remediar. |
Objeto maior que Plutão é encontrado no Cinturão de Kuiper |
Space.com e Mike Brown - 29 de julho de 2005 |
Não era inesperado. Muitos astrônomos já acreditavam que era mera questão de tempo. E a hora chegou. Descobriu-se um novo objeto do Cinturão de Kuiper, região situada além da órbita de Netuno, mas dessa vez ele é seguramente maior que Plutão. Sua estranha órbita, inclinada 45º em relação ao plano médio dos 8 maiores planetas do Sistema Solar, justifica o achado: ninguém olha nessa direção procurando planetas. Além disso, ele não é grande como uma estrela, nem brilha como tal. Ainda não se tem uma boa estimativa de seu brilho, mas se sabe que ele apenas reflete a luz de um sol longínquo, 97 vezes mais longe do astro-rei que nós (ou três vezes mais afastado que Plutão). Sua estranha órbita é também altamente excêntrica, levando-o para mais perto do Sol que Plutão (36 vezes a distância Terra-Sol) durante sua jornada de 560 anos. Catalogado com a também estranha denominação (felizmente provisória) 2003 UB313, ele, no entanto, é um objeto típico do Cinturão de Kuiper. Nada excepcional não fosse seus 2.700 quilômetros de diâmetro. Usando a definição mais comumente aceita, ele é o décimo planeta do Sistema Solar. Mas e se houver outros ainda maiores? Se suas órbitas forem ainda mais excêntricas ou inclinadas? Se compartilharem a mesma região com outros objetos, mesmo menores? Tudo isso o faz diferente de Mercúrio, Vênus, Terra, Marte, Júpiter, Saturno, Urano e Netuno. Plutão sempre foi um caso a parte e está mesmo na entrada do Cinturão de Kuiper. Além do mais, no passado, alguns asteroides também já foram considerados planetas (leia Asteróides: os pequenos mundos e o fantástico planeta X). O que fazer? 2003 UB313 é mesmo o décimo planeta? Se for, quantos planetas existirão no Sistema Solar? Se não for, Plutão pode continuar a sê-lo? Uma coisa é certa: os livros de Astronomia estão prestes a serem reescritos. |