Ano V - Nº 213

Ônibus espaciais estão de volta

Boletim Em Órbita - 27 de março de 2005

Engenheiros e técnicos da NASA já estão finalizando os preparativos para o transporte do ônibus espacial OV-103 Discovery para o edifício VAB (Vehicle Assembly Building) em Cabo Canaveral, Flórida, amanhã, 28 de março. Está é uma das últimas etapas que antecedem o lançamento da missão STS-121, que tem como destino a Estação Espacial Internacional (EEI ou ISS, na sigla em inglês). O segundo tanque de combustível do veículo foi redesenhado e exaustivos testes de impacto foram realizados. A janela disponível para o lançamento do Discovery, a 17ª missão com destino à ISS, começa no dia 12 de maio, terminando em 3 de junho. Atualmente o lançamento está previsto para o dia 15 de maio. O ônibus espacial Discovery deverá atingir uma órbita com altitude média de 226 km e inclinação de 51,6º em relação ao equador terrestre. A tripulação da missão STS-114 será formada pelos astronautas Eileen Marie Collins, James McNeal Kelly, Soichi Noguchi, Stephen Kern Robinson, Andrew Sydney Withiel Thomas, Wendy Barrien Lawrence e Charles J. Camarda. O ônibus espacial OV-104 Atlantis deve ser lançado em seguida, entre os dias 12 de julho e 3 de agosto de 2005.

Enxergando a luz de um novo mundo

Spaceflight Now - 22 de março de 2005

Existem diversos métodos para descobrir planetas extra-solares. A maioria dos planetas já descobertos são frutos das medidas de Velocidade Radial, que consiste em medir as sutis variações na posição de uma estrela enquanto sofre oscilações provocadas pelo puxão gravitacional de um ou mais planetas ao seu redor. Mas o telescópio espacial Spitzer, da NASA, conseguiu o feito inédito de capturar a luz de dois planetas extra-solares. Uma detecção direta. O feito está sendo considerado como o "início de uma nova era na ciência planetária. O Spitzer enxergou a luz infra-vermelha de dois planetas semelhantes a Júpiter, batizados de HD 209458b e TrES-1. São planetas gigantes extra-solares localizados próximos aos seus sóis. Eles emitem grandes quantidades de raios infra-vermelhos. As medições do Spitzer sugerem que suas temperaturas sejam da ordem de 727ºC. Para distinguir a luz dos novos mundos daquela emitida por estrelas vizinhas, os pesquisadores primeiro usaram o Spitzer para coletar a radiação infravermelha total e, em seguida, quando seus movimentos orbitais os levaram para trás de suas estrelas, o Spitzer mediu a luz delas. A diferença era, então, o emitido pelos planetas. Em luz visível, o brilho da estrela sempre superpõe à luz refletida por planeta próximos, mesmo gigantes. Mas no infravermelho o contraste é discernível. O número de planetas extra-solares já ultrapassa 130. Com certeza planetas rochosos – com ou sem vida – estão entre alguns desses sistemas planetários, assim como o nosso pequeno mundo azul fica miúdo diante do surpreendente Júpiter. Descobrir essas outras Terras é só uma questão de tempo.