Novidades do Espaço ExteriorAntena
 Ano V - Nº 205

O passado violento de Plutão
Space.com - 27 de janeiro de 2005

Durante a formação do Sistema Solar, bilhões de anos atrás, Plutão pode ter sido atingido por um corpo quase tão grande quanto ele próprio, numa colisão que acabou formando seu único satélite, Caronte.

O cenário é semelhante ao da principal teoria da formação da Lua, criada a partir do choque da Terra com um objeto aproximadamente do tamanho de Marte. Caronte tem de 10 a 15% da massa de Plutão, enquanto a Lua tem cerca de 1% da massa da Terra.

Nenhum outro satélite do Sistema Solar é tão maciço em relação ao seu planeta hospedeiro. A semelhança não significa que a Lua e Caronte nasceram da mesma maneira, mas sugere uma relação que deve ser explorada pelos astrônomos.

Contudo, não é uma idéia fácil de provar. Com o sistema de Terra-lua, a teoria da colisão se ajusta bem à rotação e massa atual dos objetos. Também explica a composição pobre em ferro da Lua, semelhante às porções exteriores da Terra e da qual o satélite foi presumivelmente forjado.

Numa simulação feita em computador do impacto que teria atingido Plutão foram obtidos dois cenários: o da formação de um satélite com a mesma composição e densidade de Plutão e outro com um satélite de mais baixa densidade, dependendo de dois resultados igualmente prováveis.

Mas se Caronte foi apenas capturado por Plutão (teoria atualmente mais difundida) também se espera que possua características semelhantes, assumindo que a maioria dos objetos do Cinturão de Kuiper (região além da órbita de Netuno onde Plutão reside) é feito de uma mistura de rocha e gelo. A melhor maneira de sustentar a nova teoria seria estudar a estrutura interna de Plutão em busca de pistas de um impacto.

Um dia ruim para estar na Lua
Science@Nasa - 24 de janeiro de 2005

No dia 20 de janeiro uma gigantesca mancha solar, a NOAA 720, eclodiu no Sol. Dela partiu uma chama (flare) solar do tipo mais poderoso, lançando no espaço uma nuvem com um bilhão de toneladas de gás eletrificado, uma "ejeção de massa coronal do Sol". Partículas atômicas aceleradas a velocidades próximas da luz em questão de minutos atingiram a Terra e a Lua.

Por aqui nada aconteceu. A tempestade solar foi defletida pelo nosso campo de força, a magnetosfera, o escudo produzido pelo campo magnético da Terra. Mas na Lua as coisas foram diferentes. Sem um campo magnético e uma atmosfera, nosso satélite está sempre exposto as flutuações de humor do astro-rei. A tempestade solar de 20 de janeiro foi a maior já registrada desde 1989. O traje pressurizado de um astronauta não ofereceria a proteção adequada.

No interior da estação espacial (EEI ou ISS, na sigla em inglês), porém, eles estavam a salvo. Mas e se já existisse uma estação lunar? Astronautas expostos poderiam ficar doentes (embora não fatalmente, pois a dose de radiação ainda está longe da letal). De qualquer modo, quando houver astronautas morando na Lua, como hoje há em órbita da Terra, eles não ficarão o tempo todo dentro de redomas protetoras. A solução? Ficar de olho nos boletins do clima – do clima espacial.