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Ano V - Nº 203 |
Huygens em Titã |
ESA - Cassini-Huygens - 14 de janeiro de 2005 |
A sonda Huygens levou duas horas para completar seu histórico pouso na superfície de Titã, sobrevivendo à entrada atmosférica e enviando dados e imagens durante a descida e após o pouso. O feito é um marco na Astronáutica e um grande sucesso da Agência Espacial Européia (ESA). A missão foi a primeira a realizar um pouso num satélite de outro planeta do Sistema Solar. Foi também o pouso mais distante já realizado por uma sonda terrestre. Uma das primeiras fotos foi obtida a uma altitude de 8 km e tem uma resolução de 20 metros por pixel. A imagem mostra linhas costeiras e zonas de fronteira entre superfícies elevadas e planícies. Outra imagem mostra os arredores do local de pouso da Huygens, uma paisagem que recorda o planeta Marte, comum aos planetas terrestres sem grandes oceanos: uma paisagem árida com muitas rochas. Mas alguns dados já apontariam para a presença de líquidos na superfície. A mistura de nitrogênio e metano em Titã pode produzir reações químicas similares às que ocorreram na Terra há bilhões de anos, quando a vida estava começando a aparecer. Espera-se que a Huygens envie um total de 750 fotos durante sua jornada, mas a ESA não está as disponibilizando em tempo real no em seu sítio na Internet. A agência já liberou os primeiros sons captados pelos microfones da Huygens. Uma delas é uma coletânea de amostras de áudio registradas durante aa descida na atmosfera da lua de Saturno. A segunda é a reprodução dos ecos do radar da Huygens durante os últimos quilômetros da descida. Ruídos após o pouso também serão gravados. A Huygens rumava para Titã há 20 dias, desde que deixou sua nave-mãe, a Cassini, que entrou em órbita de Saturno em julho de 2004. A sonda entrou na atmosfera da maior lua de Saturno com uma velocidade de 20.000 km/h, desacelerando para 1.400 km/h até uma altitude de 160 km, quando o primeiro pára-quedas foi ativado. |
Como um abalo sísmico pode afetar toda a Terra |
Spaceflight Now - 10 de janeiro de 2005 |
A superfície sólida da Terra flutua sobre rochas amolecidas como uma coleção de peças de um quebra-cabeça que se movem e se encaixam umas nas outras, as placas tectônicas. Às 7:58 da manhã (hora local) do dia 26 de dezembro de 2004, embaixo do Oceano Índico a oeste da ilha de Sumatra, na Indonésia, a energia acumulada de uma placa tectônica forçando passagem por baixo de outra encontrou uma brecha e empurrou o gigantesco bloco de pedra para cima, fazendo a terra tremer com um terremoto de magnitude 9,0 que enviou suas vibrações através do oceano. Tsunamis se esparramaram em todas as direções. Ondas volumosas se chocaram contra litorais do Sri Lanka, o Sul da Índia, e até mesmo a costa oriental de África. Mais de 200 mil pessoas perderam suas vidas. Milhões ficaram sem lar. Foi um dos tremores de terra mais fortes dos últimos 40 anos. Foram também divulgados estudos que mostravam como conseqüência alterações na rotação do planeta (os dias ficaram menores em 2,69 microsegundos) e uma mudança do eixo de rotação em 2,5 cm na direção 145 graus de latitude leste. Na verdade, "qualquer deslocamento de massa afeta a rotação da Terra, desde mudanças climáticas sazonais até dirigir um automóvel de um ponto a outro", conforme afirmou Benjamin Fong Chao, pesquisador da NASA. Como resultado físico do poderoso deslocamento de placas do tremor do dia 26 de dezembro, a Terra ficou menos achatada (mais redonda) e ainda reverbera como um sino, embora nada que se possa verificar sem o auxílio de instrumentos de alta precisão. Tremores realmente afetam a rotação da Terra e a duração dos dias, além de provocar mudanças no campo gravitacional do planeta. |