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Ano IV - Nº 199 |
Impacto Profundo no cometa Tempel 1 |
Spaceflight Now - 15 de dezembro de 2004 |
Tudo pronto para o lançamento da sonda Deep Impact (Impacto Profundo) da agência espacial norte-americana (NASA), que espera conhecer um pouco mais a geologia do cometa 9P/Tempel 1, descoberto em 1867 por Ernst Wilhelm Leberecht Tempel, na França. O lançamento deve acontecer no dia 12 de janeiro de 2005. A sonda viajará por seis meses (ou cerca de 430 milhões de quilômetros) e no dia 4 de julho lançará um projétil, chamado Impactor (Impactador) em direção ao núcleo do cometa. O Impactor vai liberar 19 Gigajoules (ou 4,8 tons de TNT) de energia cinética para escavar uma cratera de cerca de 6 quilômetros de diâmetro. Essa energia é gerada pela combinação de sua massa (370 kg) com a velocidade no momento da colisão (cerca de 10,2 km/s). Os telescópios espaciais Chandra, Hubble e Spitzer vão observar a trajetória da Impacto Profundo e o momento em que o Impactor se chocará contra o cometa. Toda a trajetória de aproximação até o choque final com a superfície cometária será acompanhada pela sonda-mãe, equipada com as melhores câmaras fotográficas já utilizadas em missões de exploração espacial. Entender a estrutura do núcleo dos cometas será apenas um dos objetivos da missão. Os resíduos do impacto e a cratera formada certamente oferecerão pistas importantes sobre a origem do próprio Sistema Solar. |
Spirit e Opportunity ainda em evidência |
Space.com e Folha On Line - 13 de dezembro de 2004 |
Os editores da consagrada revista norte-americana Science elegeram como o principal êxito científico de 2004 a descoberta de água no passado geológico de Marte (Novidades do Espaço Exterior, edição 198). A hipótese só foi confirmada com a ajuda dos robôs Spirit e Opportunity, que exploram o Planeta Vermelho desde janeiro de 2004, e há meses já ultrapassaram seu tempo previsto de funcionamento. Inclusive, no último dia 13, o Opportunity deixou o interior da cratera Endurance, após passar mais de seis meses no interior da depressão. Os operadores calcularam cuidadosamente várias rotas de saída, mas havia o risco do robô jamais conseguir deixar a cratera. Felizmente, ao contrário, tudo correu bem e durante a íngreme escalada o robô ainda tirou fotos do céu, identificando nuvens do tipo cirrus similares às vistas na Terra. Enquanto isso, o Spirit identificou um mineral chamado goethita na região apelidada Columbia Hills, às margens da cratera Gusev, onde pousou. Esse mineral jamais havia sido encontrado em Marte e assim como a jarosita encontrada pelo Opportunity, é uma prova significativa da presença ancestral de água. "Caixas inanimadas, com rodas e um braço articulado a perambular em outro planeta, fizeram o que nenhum ser humano jamais conseguiu", escreve a "Science", na edição desta semana. "Descobriram outro lugar no Universo onde poderá ter existido vida". As descobertas dos dois robôs significam "um marco nos esforços da humanidade para encontrar vida no Universo", afirmou a revista. Explorando separadamente em hemisférios opostos de Marte, ambos encontraram evidências contundentes de que no passado havia rios, lagos e talvez oceanos no planeta. |