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Ano IV - Nº 198 |
Confirmado: houve mesmo água em Marte |
Agência FAPESP - 8 de dezembro de 2004 |
Agora é pra valer: havia mesmo água no planeta Marte. A conclusão é de um grupo internacional formado por mais de 100 cientistas de diversas instituições de pesquisa, que está sendo publicada em uma edição especial da revista Science. Os estudos são baseados em dados que o robô Opportunity colheu recentemente em Meridiani Planum, no Planeta Vermelho. A conclusão do grupo, fundamentada em evidências substanciais, é de que água na forma líquida esteve realmente presente em Marte. A prova se baseia, por exemplo, na presença de sulfatos, além de outros sais, que surgiram depois que a água evaporou. O Opportunity também examinou rochas com sinais de que um dia correntes passaram por elas. Há também depósitos minerais que chamamos de "blueberries", que na Terra são formados apenas na presença de água. E não era apenas água, mas muita água. No entanto até agora não há evidências de que a substância na forma líquida esteja presente atualmente em Marte. Uma outra missão, chamada Fênix, deverá explorar o pólo norte do planeta em 2007, através de perfurações para verificar sinais da existência de algum organismo quando a grossa camada de gelo ali existente esteve na forma líquida. |
O ladrão de anéis |
Spaceflight Now - 4 de dezembro de 2004 |
Uma lua em forma de batata foi pega em flagrante durante um assalto aos anéis de Saturno. O suspeito, identificado como Prometeu, já tem passagens anteriores pela mitologia greco-romana, onde era um titã que roubou o fogo dos deuses para entregá-lo aos mortais. O fato foi registrado pela nave Cassini no dia 29 de outubro. Uma fotografia mostrou o momento em que a lua Prometeu retira partículas do anel F (Saturno tem sete anéis principais, classificados de A a G). O anel F é um pouco excêntrico, possuindo pelo menos três componentes distintos e cerca de 20 km de largura. Além disso subanéis aparecem distorcidos, entrelaçados numa escala de milhares de quilômetros, formados por partículas microscópicas. Todo o conjunto de anéis tem cerca de 275 mil quilômetros da largura por somente 1 km de espessura. Reduzido às proporções de um CD, seria como se o disco tivesse menos de 1/1.000 de milímetro de espessura. O brilho dos anéis é devido ao reflexo da luz nos cristais de gelo. Sua estabilidade é garantida, em parte, pelos chamados satélites pastores, que desempenham complexas relações de equilíbrio. Os cientistas especularam que a lua Prometeu poderia estar extraindo material para longe do anel, onde poderiam terminar em uma órbita ligeiramente diferente da original. Já se sabe que os roubos acontecem periodicamente, em locais específicos dos anéis, e podem criar ondas ou nós em vários pontos. Todas estas características parecem ser influência de Prometeu, mas de forma ainda não inteiramente compreendida. As investigações da Cassini continuam. |