Novidades do Espaço ExteriorAntena
 Ano IV - Nº 190

Um estanho objeto
Spaceflight Now - 9 de outubro de 2004

Através dos telescópios Gemini North e Keck II, astrônomos estão explorando o interior de um violento sistema estelar binário para descobrir o que aconteceu à componente estelar que perdeu tanta massa para seu companheiro que se reduziu a um estranho objeto, totalmente novo e desconhecido.

Incapaz de sustentar a fusão nuclear em seu núcleo e condenado a continuar em órbita de seu parceiro (uma anã branca muito mais energética), essa "estrela morta" é essencialmente um tipo indeterminado de objeto estelar.

É muito volumoso para ser considerado um super-planeta, sua composição também não bate com as anãs de marrons conhecidas, e tem muito pouca massa para ser uma estrela. Não há categoria para tal objeto. O sistema binário, conhecido como EF Eridanus (abrevia-se EF Eri), está a 300 ano-luz da Terra, na constelação de Eridanus.

EF Eri é um tipo de sistema binário conhecido como "variáveis cataclísmicas magnéticas". Ele consiste numa estrela anã branca com aproximadamente 60% da massa do Sol, mas seu misterioso companheiro tem uma massa estimada em 1/20 da massa solar.

O período de orbital dos dois objetos é de 81 minutos, mas provavelmente era de quatro ou cinco horas quando o processo de transferência de massa começou, há aproximadamente cinco bilhões anos. Originalmente, o objeto secundário também pode ter tido sido semelhante em tamanho e massa ao Sol. Há aproximadamente 15 outros sistemas binários conhecidos semelhantes a EF Eri, mas nenhum deles foi estudado o bastante.

Inteligência artificial em satélites
Cassini e SpaceFlight Now - 7 de outubro de 2004

Cientistas da NASA estão testando um programa de computador embarcado em satélites que usa inteligência artificial para diagnosticar eventuais falhas nos sistemas da nave. Chamado Livingstone Version 2 (LV2), ela já foi carregado via rádio em um satélite em órbita, o NASA Earth Observing One (E0-1), em cujos sistemas foram simuladas falhas.

O LV2 permite diagnosticar sistemas robóticos empenhados em tarefas complexas de exploração, mesmo a milhões de quilômetros da Terra. O software trabalha comparando um modelo do funcionamento ideal da nave e seu desempenho real. Se o comportamento difere do modelo, então o LV2 procura a causa da diferença e fornece aos controladores de voo várias sugestões do que poderia ter dado errado.

No futuro, em vôos tripulados de longa duração para Marte, por exemplo, frequentes operações de manutenção poderiam ser por demais entediantes para a tripulação. Os "descendentes" do LV2 terão decerto aplicações cada vez maiores no suporte à complexidade de sistemas embarcados, tanto na indústria aeroespacial como em outros empreendimentos aqui mesmo na Terra.