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| Ano IV - Nº 182 |
| Raridade celestial |
| Hubble site - 13 de agosto de 2004 |
| Uma imagem obtida pelo telescópio espacial Hubble exibe a rara visão de um equivalente celestial de um geóide, uma cavidade de gás esculpida por uma torrente de partículas (o vento estelar) e a intensa radiação ultravioleta de um sol jovem e distante. Este objeto, chamado N44F, possui uma estrela central que expele 10 milhões de vezes mais partículas que o Sol – e a mais de 7 milhões de quilômetros por hora (contra 1,5 milhão de quilômetros por hora, a velocidade do vento solar). Por causa da estrela central a bolha não é um espaço vazio, mas um invólucro enorme de gás, claramente visível nesta imagem do Hubble. Essas estruturas já foram observadas em volta de outras estrelas maciças e também em volta de aglomerados estelares, onde então recebem o nome de superbolhas. Uma olhada mais detalhada revela que a parede interna da cavidade gasosa de N44F é forrada com colunas de poeira e gás resfriados, num formato semelhante a dedos com quatro a oito anos-luz de extensão. São colunas semelhantes aos "Pilares da Criação", como ficaram conhecidos os da Nebulosa da Águia (outra imagem do Hubble), criados por radiação ultravioleta da estrela e que se alinham na mesma na direção do fluxo de partículas e radiação. N44F está localizada a 160.000 anos-luz na Grande Nuvem de Magalhães, uma galáxia satélite da Via Láctea (na direção da constelação do Dourado). Na verdade ela é parte de um complexo com cerca de 1.000 anos-luz de extensão e contendo várias regiões de formação de estrelas, onde a própria N44F está na borda de uma superbolha central. O telescópio espacial Hubble coleta muita informação durante suas observações, o que requer grande tempo de processamento e análise por parte dos astrônomos – por isso a imagem de N44F, obtida em março de 2002, só agora vem a público. |
| O monte Olimpo em perspectiva |
| ESA - 11 de agosto de 2004 |
| Em tempos de Olimpíada, nada melhor que uma olhada na morada dos deuses gregos, o monte Olimpo, em Marte, a maior montanha de todo o Sistema Solar. Com quase três vezes a altura do Everest, no topo do Olimpo há uma caldeira (ou cratera) com cerca de 3 quilômetros de profundidade. É que o monte Olimpo já foi um vulcão ativo. A câmera de alta resolução (High Resolution Stereo Camera, HRSC) a bordo do orbitador Mars Express, da Agência Espacial Européia, obteve uma vista em perspectiva do cume dessa extraordinária montanha marciana, que colapsou sobre uma câmara de magma após a produção de lava do vulcão ter cessado. Assim como na Lua, o vulcanismo em Marte é muito antigo, de 3 a 3,5 bilhões de anos. Contudo, a atividade vulcânica demorou muito mais tempo em Marte que na Lua. O monte Olimpo tem cerca de 26 km de altura por 600 km de base e sua última erupção deve ter ocorrido entre 20 e 200 milhões de anos atrás. |