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Ano IV - Nº 163 |
Novas evidências de canibalismo em Andrômeda |
Spaceflight Now - 31 de março de 2004 |
Uma equipe internacional de astrônomos usou o telescópio Isaac Newton de 2,5 m em La Palma, Ilhas Canárias, para mapear a galáxia de Andrômeda (M31) e uma grande área do céu ao seu redor. O resultado desse trabalho, que levou alguns anos para ficar pronto, traduz-se no panorama mais detalhado já obtido dessa gigante espiral. Localizada a 2,9 milhões de anos-luz, a galáxia de Andrômeda é o objeto mais distante em todo o Universo que podemos ver a olho nu. Ela é considerada a "irmã" da Via Láctea, a nossa galáxia, e através do estudo de sua vizinhança os astrônomos esperam compreender a formação e evolução de milhões de outras galáxias espirais, incluindo a Via Láctea. Nesta pesquisa, foram tiradas 150 fotos cobrindo uma área mais 100 vezes maior que todos os estudos anteriores. A razão para cobrir uma área tão grande é que em torno de galáxias como Andrômeda existe um halo tênue de estrelas que são remanescentes da formação da galáxia, bilhões de anos atrás. Como um fóssil, seu estudo revela como a galáxia evoluiu ao longo de sua história cósmica. E o halo de Andrômeda revela um passado turbulento, com muitas interações com galáxias vizinhas. Mais de uma dezena de aglomerados globulares encontrados em órbita de M31 podem ser evidências do canibalismo de Andrômeda. Já se sabia que as galáxias, principalmente as maiores, interagem com outras, absorvendo-as (o chamado canibalismo) ou colidindo (quando seus tamanhos são semelhantes) e então produzindo novas estruturas galácticas. Essa dança de gigantes ocorre incessantemente, numa escala de tempo gigantesca, e hoje sabemos que nem mesmo a Via Láctea está a salvo da fome de Andrômeda, a longo prazo. |
Mars Express encontra metano na atmosfera de Marte |
ESA News - 30 de março de 2004 |
Durante observações recentes da sonda Mars Express da Agência Espacial Européia (ESA), foi detectado metano na atmosfera de Marte. Na Terra existe metano e oxigênio juntos na atmosfera. Mas em um ambiente com tanto oxigênio, como o nosso planeta, o metano seria convertido em água e gás carbônico. O processo é tão eficiente que nem mesmo uma única molécula de metano sobraria na atmosfera. O motivo porque ele persiste é biológico: as principais fontes de metano na Terra provêm das bactérias nos pântanos, dos arrozais e poços de petróleo e gás natural, entre outros. A descoberta em Marte suscita a perspectiva de encontrar formas de vida ativas no Planeta Vermelho pois, embora não haja oxigênio em grandes quantidades na atmosfera marciana, o metano ainda assim é instável, sendo portanto necessário que uma fonte constantemente o abasteça. Por enquanto os pesquisadores trabalham com duas hipóteses. Uma delas sugere que o planeta ainda tenha alguma atividade vulcânica (algo que jamais foi observado). Marte tem vários vulcões, entre eles o maior do Sistema Solar (o monte Olimpo, com 27 km de altura), mas acredita-se que toda atividade vulcânica tenha cessado há muito tempo. A segunda alternativa sugere a presença de microorganismos cujo metabolismo estivesse produzindo metano e alterando a composição atmosférica. É preciso mencionar, no entanto, que a quantidade de metano detectada pela Mars Express é bem pequena: cerca de dez partes em mil milhões. Ainda assim ele "não deveria estar lá". A atmosfera de Marte consiste de 95% de dióxido de carbono. |