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Ano IV - Nº 161 |
Divulgado relatório final de Alcântara |
Folha On Line - 16 de março de 2004 |
Após quase sete meses do acidente que vitimou 21 engenheiros e técnicos do CTA, em 22 de agosto de 2003 no Centro de Lançamento de Alcântara (MA), o relatório sobre o acidente com o VLS-1 foi finalmente divulgado. O documento, preparado por uma equipe liderada pelo brigadeiro-do-ar Marco Antonio Couto do Nascimento, conseguiu cercar a origem da falha que provocou a ignição prematura de um dos propulsores do primeiro estágio do lançador. E embora não tenha esclarecido inteiramente, mostrou que se um dispositivo mecânico de segurança (DMS) existente na primeira versão do VLS ainda fizesse parte do projeto, o acidente poderia jamais ter acontecido. Os resultados e conclusões do relatório são um alerta. O que aconteceu em Alcântara foi uma evidência trágica de problemas maiores e que vem sendo ignorados há anos. Falta de planejamento, objetivos bem definidos e uma centralização do processo de decisão são alguns dos pontos críticos. O ministro da Defesa, José Viegas, destacou no entanto que o governo federal está comprometido em retomar o programa espacial brasileiro e que não faltarão recursos para cumprir a meta de lançar um novo protótipo do VLS-1 até 2006. Ele prometeu que todas as recomendações do relatório final do acidente serão seguidas. E a primeira delas pede a criação de uma comissão externa, exatamente com a função de fiscalizar a implementação das mudanças no programa do lançador de satélites. |
Sedna é o mais distante planetóide do Sistema Solar |
Instituto de Tecnologia da Califórnia - 15 de março de 2004 |
A descoberta de 2003 VB12 em novembro de 2003 não agitou tanto a imprensa mundial quanto a divulgação de que o objeto é o mais distante já observado no Sistema Solar, a cerca de 13 bilhões de quilômetros da Terra (quase 90 vezes a distância Terra-Sol) – anunciando por muitos como o décimo planeta. Chamado Sedna, uma deusa inuit que deu vida a seres marinhos do Ártico, esse planetóide possui entre 1.290 e 1.770 km de diâmetro, ou três quartos do tamanho de Plutão, sendo portanto maior que Quaoar, até então o maior objeto conhecido além da órbita de Plutão. A idéia de um décimo planeta decididamente não é nova (a imprensa já anunciou uns cinco "décimos planetas" antes) e confunde-se com a busca pelo não menos famoso "Planeta X" ou por Nêmesis. Mas na classificação atual Sedna não é um planeta, e ainda que seja feita uma reclassificação, é mais fácil o Sistema Solar passar a contar oito planetas em vez de dez. É que Plutão teria seu status diminuído, passando a integrar o Cinturão de Kuiper ou de objetos transnetunianos (além da órbita do planeta Netuno). A comunidade científica, no entanto, não tem recebido bem essa proposta. O mais provável é que Sedna mantenha sua classificação de planetóide, que são objetos classificados entre os planetas e os asteroides, e que venha a ser o primeiro objeto de grandes dimensões a integrar a porção interior da nuvem de Oort. |