Novidades do Espaço ExteriorAntena
 Ano IV - Nº 155

A longa jornada da Rosetta
ESA News - 4 de fevereiro de 2004

Após um ano de atrasos e uma completa reestruturação da missão, a Agência Espacial Européia (ESA) está prestes a enviar a sonda Rosetta/Roland ao encontro do cometa 67P/Churyumov-Gerasimenko, com período orbital de cerca de 6 anos e a cerca de 4,5 vezes a distância da Terra ao Sol (4,5 UA).

O lançamento está previsto para o próximo dia 26, com duas estreitas janelas de lançamento separadas por apenas 20 minutos. A missão consiste num orbitador que permanecerá alguns meses estudando o cometa antes de liberar um módulo de pouso, que pela primeira vez na história deverá descer ("ancorar") à superfície de um cometa, estudando-o por quase dois anos.

Esse encontro, todavia, só acontecerá após uma longa jornada, no ano de 2014. Para adquirir o impulso necessário, a Rosetta vai usar o empurrão gravitacional de Marte (em 2007) e da Terra (por três vezes, em 2005, 2007 e 2008) e assim ganhar velocidade suficiente para atingir seu objetivo, num elegante ballet orbital.

A Rosetta também fará uma passagem segura pelo cinturão de asteroides no ano de 2008. A missão será concluída em dezembro de 2015, quando o orbitador deixará o cometa e se encaminhará mais uma vez para as proximidades da órbita terrestre, mais de 4.000 dias depois de sua jornada ter começado.

Encontrado oxigênio e carbono em planeta extra-solar
Space.com - 3 de fevereiro de 2004

Um bem conhecido planeta extra-solar – isto é, situado fora do Sistema Solar – denominado HD 209458b (ou Osíris) surpreende mais uma vez os astrônomos. Oxigênio e carbono foram detectados em sua atmosfera, que evapora a mais de 35.000 km/h.

A descoberta foi feita por uma equipe liderada pelo francês Alfred Vidal-Madjar, do Instituto Astrofísico de Paris, através de observações com o telescópio espacial Hubble durante a passagem do planeta diante de sua estrela, a 150 anos-luz da Terra.

HD 209458b já é notório entre os astrônomos, pois foi o primeiro planeta extra-solar descoberto transitando pelo seu sol, o primeiro onde foi observado uma atmosfera de hidrogênio, e agora também o primeiro onde foi detectado oxigênio e carbono.

Ele é como um "Júpiter quente", um gigante gasoso que gira muito próximo de sua própria estrela, perdendo sua atmosfera tanto pelas intensas forças gravitacionais a que é submetido quanto pelo fato de ser muito quente, cerca de 10.000°C.

Certamente não há vida neste mundo, mas a descoberta de hidrogênio, oxigênio e carbono demonstra a possibilidade de analisar a composição da atmosfera de planetas distantes. Além de ser um caso único em que se observa um escape hidrodinâmico de uma atmosfera planetária.