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 Ano III - Nº 138

O Universo é uma bola
Revista Nature e Folha On Line - 8 de outubro de 2003

Os fanáticos por futebol tinham razão. Não somente a Terra é uma bola, mas parece que todo o Universo, afinal, tem a forma de uma pelota. Ou quase: a forma de um dodecaedro.

Pelo menos foi essa a conclusão de uma equipe de pesquisadores liderados por Jean-Pierre Luminet, do Observatório de Paris, a partir da análise dos dados obtidos pela missão WMAP. Eles sugerem que a geometria do Universo, numa escala gigante, pode ser um dodecaedro esférico, composto por gomos pentagonais.

Mas se isso for verdade, significa que o Universo não é infinito, como alguns imaginam, mas fechado sobre si mesmo. Na verdade essa concepção já aparecia na Física desde Albert Einstein, que propôs um modelo do cosmos esférico e fechado.

O satélite WMAP mede a radiação cósmica de fundo, o eco deixado pelo Big Bang, o evento que criou a matéria, o espaço e o tempo. Em março deste ano, uma outra equipe liderada por Max Tegmark, da Universidade da Pensilvânia, também já havia sugerido uma topologia finita para o Universo, mas sem precisar a forma, talvez um toróide.

Num universo em três dimensões, esse torus é estendido matematicamente a um dodecaedro, com seis pares pentagonais. É claro que no espaço real não existem tais faces e extremidades, mas se você pudesse "desmontar" o Universo, este dodecaedro se tornaria aparente (assim como um cubo se torna um quadrado quanto transferido para o plano).

O trabalho de Jean-Pierre Luminet antecipa meios de testar sua hipótese: três casas decimais de precisão para a densidade do Universo (número que só poderá ser aferido em alguns anos com o sucessor do satélite WMAP, chamado Planck Surveyor) e a presença de certos padrões na radiação, os "círculos no céu", que serviriam de indicadores dessa "topologia futebolística" do cosmos.

Isso, porém, não é observado. De qualquer modo há vários outros modelos de universos finitos que predizem a existência de eixos de simetria na radiação cósmica, traços que de fato existem. Mesmo que "a bola seja chutada para fora do campo científico", a disputa sobre o caráter finito ou infinito do Universo está longe de terminar.

Perto demais
Space.com - 6 de outubro de 2003

No sábado dia 27 de setembro um asteroide foi detectado poucas horas depois de ter passado a somente 78.000 km da Terra, ou cerca de um quinto da distância Terra-Lua. Com menos de dez metros de extensão, o pequeno 2003 SQ222 não chega a ser uma grande ameaça, mas nunca antes havia se registrado uma passagem tão próxima.

Se colidisse com o nosso planeta, provavelmente explodiria na atmosfera, liberando uma energia comparável e de uma pequena bomba atômica. Os astrônomos acreditam que centenas de passagens como esta podem acontecer todos os anos sem serem detectadas.

Desta vez, porém, o rasante aconteceu durante um período de 8 dias quando um número incomum de reportes foi feito pelo mundo, incluindo explosões multicoloridas na atmosfera e impactos no solo. As estimativas dão conta de 500 milhões de asteroides iguais ou maiores 2003 SQ222 dividindo a mesma região orbital que a Terra.